Portugal - Dicionário

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Brasão da Ordem dos Carmelitas
Brasão da Ordem dos Carmelitas

Carmelita.

 

Esta ordem religiosa foi fundada por um cruzado calabrês, que, para cumprir um voto feito numa batalha, se retirou para o monte Carmelo, para as ruínas dum antigo mosteiro construído em 400 e habitado por anacoretas submetidos às regras de S. Basílio. 

Nos primeiros tempos eram os carmelitas uns piedosos solitários, empregando-se em rezas e jejuns, ocupando-se a dar conforto aos viajantes que se perdiam pelo monte Carmelo. Em 1112 o patriarca de Jerusalém, Alberto de Verceil, reuniu-os em ordem religiosa, sujeitou-os à observância duma regra comum, que em 1171 o papa Honório III confirmou. Esta ordem foi-se depois desenvolvendo, e subdividindo-se, em Carmelitas conventuais, os que aceitaram os benefícios do papa Eugénio IV; Carmelitas observantes, os que ficaram fieis às regras primitivas; Carmelitas descalços, os que aceitaram a reforma de Santa Teresa e de S. João da Cruz; Carmelitas terceiros, os religiosos instituídos no século XV por Sisto IV.

Em Portugal estabeleceu-se esta ordem em 1250, por que aportando aqui uns cavaleiros malteses, que traziam consigo alguns frades carmelitas, fundaram em Moura um convento. Depois fundaram-se outras casas religiosas, chegando a haver em Portugal, no fim do século XVIII doze conventos e quatro mosteiros de carmelitas calçados, que assim se designavam, depois da reforma de Santa Teresa e de S. João da Cruz, realizada em 1526, reforma que Pio VI aprovou. Gregório XIII separou os religiosos que seguiam os preceitos de Santa Teresa dos antigos carmelitas, ficando estes com a designação de calçados, e recebendo os outros o nome de carmelitas descalços. Foi João Soreth, geral dos carmelitas, quem em 1451, fundou a ordem das freiras, dando-lhe uma regra análoga à dos carmelitas conventuais, a qual foi aprovada pelo papa Nicolau V.

Em 1 de outubro de 1551 chegaram a Portugal o padre Ambrósio Mariano e outros; em pouco tempo fundaram no bairro da Pampulha um convento, e passando este à ser habitado pelos religiosos de S. João de Deus, os carmelitas se transferiram para a igreja de S. Crispim, onde se conservaram até ser concluído o convento vulgarmente, conhecido pelo nome de Marianos, porque também assim se chamava aos religiosos, por ter sido fundado por um frade de apelido Mariano. A rainha D. Mariana de Áustria introduziu em Portugal no ano de 1708 os carmelitas descalços alemães, que depois de residirem em umas casas ao Corpo Santo, passaram para a ermida da Ascensão, na calçada do Combro, e finalmente para o convento de S. João Nepomuceno, onde está hoje o asilo de Santa Catarina.

 

 

 

Espaço da Ordem dos Carmelitas Descalços
Carmelitas

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume II, págs.
761

105Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2012 Manuel Amaral