Portugal - Dicionário

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O Portal da História Dicionário > D. Diogo de Meneses, 1.º conde da Ericeira

 

Ericeira (D. Diogo de Meneses, 1.º conde da).

 

n.       1553.
f.       
1635.

 

Mordomo e gentil-homem de Filipe IV de Espanha.

Nasceu em Lisboa em 1553, e faleceu em Madrid em 1635.

Era terceiro filho de D. Diogo de Meneses, segundo senhor do Louriçal, comendador de Mendo Marques e de Santiago de Cacém, do conselho de D. João III, e de Violante de Castro, filha de Simão de Miranda, camareiro do cardeal infante D. Henrique.

Era senhor da vila da Ericeira, por compra que fizera, juntamente com a quinta e morgado de Mafra, por oito mil cruzados, com todas as suas rendas, direitos de peixe, etc. O  senhorio da Ericeira pertencia a D. António, prior do Crato; tendo, porém, Filipe II, assenhoreando-se de Portugal, sequestrado todos os seus bens, passaram estes para a Coroa, mas o rei castelhano deu a vila da Ericeira a Luís Álvares de Azevedo, de juro e herdade. Por morte de Luís Álvares, passou a vila, por herança, a uma sua filha, religiosa do convento de Odivelas, e esta a vendeu depois, com a quinta e morgado de Mafra, como dissemos, a D. Diogo de Meneses.

Este fidalgo partiu com o rei D. Sebastião para África em 1578, acompanhado de seus irmãos, D. Simão, D. Fernando, de quem descendem os condes da Ericeira, e D. Henrique. Estiveram na infausta batalha de Alcácer Quibir, em 4 de agosto daquele ano. D. Simão e D. Henrique morreram gloriosamente pelejando, e D. Diogo e D. Fernando ficaram cativos, conseguindo o resgate à sua custa, não aceitando o dinheiro, que para esse efeito lhe levara Francisco da Costa por ordem do rei. Um desgosto que teve com seu irmão D. Fernando, o obrigou a deixar a pátria, e fixar a sua residência na corte de Madrid, onde mereceu particulares atenções de Filipe IV de Espanha que o fez seu mordomo e gentil-homem de boca, comendador de Casével na Ordem de Cristo, e deu-lhe o título de conde da Ericeira, por carta passada em Madrid a 1 de março de 1622.

Esta mercê a aceitou para seu segundo sobrinho, D. Fernando de Meneses, neto de seu irmão D. Fernando, e filho de seu sobrinho D. Henrique, o qual, indo a Madrid, já o achou falecido, deixando-lhe no seu testamento, que constou de, mais de setecentos mil cruzados em móveis preciosos, somente o padroado da capela mor do convento da Graça, de Lisboa, com quatro missas quotidianas e quatro ofícios. 

Era casado com D. Isabel de Castro, filha de Álvaro Pires de Andrade, comendador de Torres Vedras. Os futuros condes da Ericeira lavaram bem a nódoa de terem aceitado um título dado pelo usurpador castelhano, com os relevantes serviços que prestaram à sua pátria nos reinados de D. João IV, D. Afonso VI e D. Pedro II.

O 1.º conde da Ericeira, para que se fizessem mais patentes as façanhas que seu avô, D. Henrique de Meneses, praticara no governo da Índia, traduziu em castelhano, e dedicou ao conde duque de Olivares Los Cinco Libros de Ia 3 Decada de Juan de Barros, que contiene Ia vida de D. Henrique de Menezes, Madrid, 1628.

 

 

 

 

Genealogia do 1.º conde da Ericeira
Geneall.pt

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume III, pág. 1
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