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Klingelhoefer
(José Guilherme).
n. 1818.
f. 22 de maio de 1893.
Comerciante;
amador de música muito apreciado, bibliófilo, etc.
Nasceu
em Lisboa, em 1818, faleceu a 22 de maio de 1893. Era filho de um
negociante alemão, que se estabeleceu em Lisboa nos fins do século
18.
Seguiu
a sua carreira de comércio, dedicando-se nas horas vagas ao estudo
de música. Aprendeu a tocar trompa com o professor João Gazul,
instrumento em que se tornou tão perfeito como o melhor artista de
profissão. Tocava também regularmente trombone e corneta de
chaves. No ano de 1840 fundou em Vila Franca de Xira uma grande casa
comercial. Encontrou naquela localidade um pequeno grupo de amadores
dirigido pelo organista e pianista José Pedro Dias, discípulo do
professor frei José Marques, e no seu decidido amor pela música,
deu grande incremento ao grupo, auxiliando-o pecuniariamente e
contratando um professor de violino e director artístico, que foi
por muitos anos Caetano Caggiani; contratou também por vezes
diversos professores para ensinarem instrumentos de vento. O seu
entusiasmo fez com que muitas pessoas de Vila Franca de Xira se
dedicassem à música.
Dispondo
de avultados bens de fortuna, graças à prosperidade do seu
estabelecimento, gastava largamente com a arte sua predilecta,
fazendo também com que as festas religiosas tivessem grande
esplendor musical; a essas festas, que principalmente se realizavam
todos os anos no domingo da Santíssima Trindade e vésperas,
concorriam os principais artistas de Lisboa, que José Guilherme
Klingelhoefer hospedava em sua casa com toda a bizarria. Em 1859
deixou o comércio, e veio viver para Lisboa. A sua falta fez-se
sentir muito em Vila Franca, onde o seu nome ficou saudosamente
lembrado. Klingelhoefer tocava nas festas do conde Farrobo nos seus
teatros, da quinta das Laranjeiras e de Farrobo. Teve três irmãos:
Nicolau Henrique Klingelhoefer, que cantava de tenor nas festas dos
referidos teatros, que foi para a Alemanha, e ali faleceu; João
Carlos e Christiano Daniel Klingelhoefer, que também cantava nos
coros nas citadas representações, falecendo o primeiro em Oeiras e
o segundo no Brasil.
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