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Rodrigues
da Silva
(António).
n. 1835.
f.
Director
e professor da Escola Industrial Domingos Sequeira (de desenho) em
Leiria.
Nasceu
em Lisboa em 1835, e como desde criança revelasse inclinações
pela pintura, matriculou se na Academia de Belas Artes de Lisboa, em
1857.
Em
dois anos apenas tirou o curso de desenho, matriculando-se em
seguida no de pintura histórica, que terminou com distinção e
louvor em 1860, obtendo os prémios de 20$000 réis nos dois
desenhos de copia de gesso. No 3.º ano foi premiado com a medalha
de ouro, que era raríssimo alcançar, sendo o tema do exame o
quadro de pintura a óleo Camões e o Jau na gruta de Macau. Em
1866 foi ao concurso de pensionistas do Estado, sendo o mais
classificado de todos. Em 1867, e já depois de ter casado, partiu
para Paris, onde se conservou até 1871, regressando ao, reino no
ultimo comboio que saiu da capital francesa levando os fugitivos
estrangeiros, assistindo por esse motivo a todas as peripécias do
cerco de Paris pelos prussianos. Em França continuou, com o mesmo
aproveitamento e distinção que em Portugal, os seus estudos nos
principais museus e ateliers. De volta ao reino, deixou a família
em Lisboa, e seguiu para a Itália a continuar os estudos,
estacionando em Roma, e visitando as principais cidades da arte,
como Florença, Nápoles, Veneza, etc., e de regresso, com o mesmo
fim, percorreu os importantes museus de Espanha.
Em
1890 foi despachado director da Escola Industrial Gonçalo Velho
Cabral, de Ponta Delgada, em cuja regência se conservou até 1896,
época em que, a seu pedido foi transferido para a de Aveiro. Em S.
Miguel empenhou-se por desenvolver o gosto pela arte, conseguindo
atrair à escola grande número de alunos, cuja matrícula era de
cento e tantos, quando de lá saiu. A par disto, enquanto ali se
demorou, fez muitos trabalhos de valor, muitos dos quais foram
adquiridos pelo falecido conde de Fonte Bela e por seu irmão Amâncio
Gago da Câmara, figurando entre esses trabalhos um quadro de grande
mérito e muito apreciado, representando a partida de Vasco da Gama
para a Índia, e muitos outros subordinados a assuntos daquela ilha
pitoresca, bem como retratos dos principais indivíduos dali. Além
de outros quadros dispersos pelo país, o Dr. Baraona, grande
coleccionador de Évora, possuía um que expressamente lhe
encomendou, representando o casamento do rei D. Carlos na igreja de
S. Domingos. Encarregado pelo rei D. Fernando da cópia dum quadro
de Holbein, que representava a alegoria ao Nascimento de Cristo, quadro
bastante detalhado, foi na Alemanha o seu trabalho muito elogiado.
D. Fernando votava-lhe verdadeira estima, e foi o rei D. Luís quem
por sua própria mão lhe colocou a medalha de ouro com que foi
premiado pela Academia de Belas Artes. Durante o tempo que esteve em
Aveiro, pintou uma linda paisagem e parte da cidade, que foi exposta
em exposição na antiga livraria Gomes, ao Chiado, e que mereceu
dos entendidos e críticos as mais elogiosas referencias. Sobre
pintura decorativa, também se contam varios trabalhos de valor,
como as pinturas dos palácios do duque de Loulé, marquês de Sousa
Holstein, igreja de Aveiro, etc.
O
professor António Rodrigues da Silva, de 1873 a 1887, dedicou-se
muito a leccionar tanto em colégios como em casas particulares,
sendo depois nomeado professor da escola de desenho de Leiria.
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