CRONOLOGIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
NO SÉCULO XVIII

 

Execução de Carlos I
Execução pública de Carlos I, em Londres

 

A América do Norte em finais do século XVIII e
princípios do XIX, E A VIDA De Thomas Jefferson.

 

1743, 13 de Abril. Thomas Jefferson nasce na plantação de Shadwell, no condado de Albermale, na Virgínia, sendo filho de Peter Jefferson e de Jane Randolph.

1760 - 1762. Thomas Jefferson estuda no Colégio William and Mary, em Williamsburg, capital da Colónia. Aprende Matemática e Filosofia, Francês e começa a praticar violino, ganhando uma reputação de aluno aplicado.   

1764. Tendo atingido a maioridade Jefferson herda do pai, que tinha morrido em 1757, uma vasta quantidade de terras.

1767. Jefferson começa a trabalhar como advogado.

1768. Jefferson começa a construção da sua célebre casa em Shadwell - Monticello.

1769. Jefferson é aceite como advogado pelo Tribunal superior da Virginia.

1769, Maio. Jefferson ocupa o seu lugar na Assembleia de representantes da colónia da Virginia pelo condado de Albermale. Representará o condado até 1776.

1770, Novembro. A família Jefferson passa a viver em Monticello, após o incêndio da propriedade da família em Shadwell em Fevereiro anterior.

1772, 1 de Janeiro. Jefferson casa com Martha Wayles Skelton, uma viúva de 23 anos. O dote da mulher quase duplica a área da suas propriedades e o número de escravos.

1774, 14 de Janeiro. Com a morte do sogro e a divisão dos seus bens Jefferson recebe 135 escravos, incluindo Sally Hemmings, de quem o sogro tinha tido vários filhos, sendo que uma das filhas, Sally terá sido muito provavelmente amante de Jefferson.

1774, Julho. Jefferson redige as propostas de instruções para os delegados da Virgínia enviados ao Congresso Continental. As instruções aprovadas serão mais moderadas do que as propostas. O documento original será publicado em Williamsburg com o título de A Summary View of the Rights of British America (Um resumo dos direitos da América Britânica), sendo lido tanto em Londres como em Filadelfia e Nova Iorque. Jefferson torna-se famoso, sendo considerado um hábil, mas radical, escritor político.

1775, 27 de Março. Jefferson é eleito delegado ao 2.º Congresso Continental.

1757, 20 de Junho. Jefferson chega a Filadélfia. 

1611. A tradução da Bíblia para inglês, autorizada pelo rei em 1604, é concluída.

1614, 5 de Abril a 7 de Junho de. Segundo parlamento de Jaime I. O tempo é gasto em discussões com a coroa sobre as imposições. É dissolvido sem ter votado as conclusões.

1615. Reabertura das negociações para o casamento do filho do rei com uma princesa espanhola, começadas em 1611. A aceitação da religião, católica, da princesa é oposta por membros da magistratura. Ascensão de George Villiers, que se torna o favorito do rei, sendo feito sucessivamente visconde Villiers, conde, marquês e duque de Buckingham.

1617. Sir Walter Raleigh, é libertado, saindo da Torre de Londres onde estava preso, e autorizado a viajar para o Orinoco, na Guiana, onde pensava descobrir uma mina de ouro. Não a descobrindo, destrói uma povoação espanhola ao longo do rio. No seu regresso a Inglaterra, no ano seguinte, é executado como reparação à Espanha, com base numa condenação à morte em 1603 que tinha sido comutada.

1621, 30 de Janeiro de - 1622, 8 de Fevereiro. Terceiro parlamento de Jaime I. O parlamento aprova subsídios para continuação da guerra no Palatinato renano, durante a Guerra dos Trinta Anos. Julga, e condena, vários mercadores que tinham adquirido monopólios. Impugnação de Francis Bacon (1561-1626), conhecido ensaísta, amigo de Thomas Hobbes, e Chanceler desde 1618. Aprovação de uma petição contra o catolicismo e o casamento espanhol. A critica violenta do rei, por o parlamento se intrometer em negócios de Estado, provocou

1621, 18 de Dezembro. o Grande Protesto: "As liberdades, costumes, privilégios, e jurisdições do parlamento são antigos e indisputáveis direitos de nascimento e herança dos súbditos de Inglaterra, e que os assuntos difíceis e urgentes que se relacionam com o rei, o estado e a defesa do reino ... são assuntos próprios e fonte de aconselhamento e debate no parlamento." O rei rasgou a folha do diário dos Comuns, dissolveu o parlamento, em 8 de Fevereiro de 1622 e prendeu vários dirigentes do parlamento.

1623. Carlos, príncipe de Gales, futuro Carlos I e o duque de Buckingham visitam a Espanha para negociar o tratado matrimonial. Os artigos acordados são tão favoráveis aos católicos que provocam indignação em Inglaterra. Finalmente, não conseguindo da Espanha nenhuma garantia sobre o Palatinado, cujo soberano, Frederico V Eleitor palatino, era genro de Jaime I, pelo seu casamento com Isabel Stuart, regressam a Inglaterra revoltados com a atitude espanhola.

1624, 12 de Fevereiro - 1625, 27 de Março. Quarto parlamento de Jaime I. O casamento espanhol é abandonado, mas nem o ódio de Buckingham conseguiu que o parlamento se decidisse a declarar a guerra à Espanha. São votados subsídios para a defesa de Inglaterra. É organizada uma força militar de apoio aos holandeses, o que provoca o corte formal de relações com a Espanha. Tratado matrimonial entre a Inglaterra e a França para o casamento do príncipe Carlos com Henriqueta Maria, irmã de Luís XIII.

1625 - 1649. Reinado de Carlos I.

1625, 11 de Maio de. Casamento de Carlos I com Henriqueta Maria. Os navios enviados a Luís XIII não poderão ser usados contra os huguenotes (protestantes franceses), devido a um acordo mantido secreto.

1625, 18 de Junho a 11 de Julho de. Primeiro parlamento de Carlos I. A tradicional oferta do rendimento de vários impostos no início de um reinado é feito por um único ano. É aprovado um subsidio para a guerra com a Espanha. Falhanço da expedição naval contra Cádis, sob o comando de Wimbledon.

1626, 6 de Fevereiro a 15 de Junho de. Segundo parlamento de Carlos I. O parlamento mantêm a sua oposição à actuação do rei. O duque de Buckingham é impugnado em Maio, o que provoca a prisão de sir John Eliot e sir Dudley Diggers, dirigentes do parlamento. Estas personagens são libertadas devido à recusa do parlamento continuar as suas reuniões sem eles.

1626 - 1630. Guerra contra a França. Falhanço da expedição de Buckingham em apoio da cidade protestante francesa de La Rochelle, cercada pelo exército de Luís XIII, comandado pelo cardeal de Richelieu.

Imposição de um empréstimo forçado para levantar dinheiro para a Guerra contra a França, e para pagar um subsídio que Carlos I tinha prometido a Cristiano IV da Dinamarca.

1628, 17 de Março de - 1629, 10 de Março de. Terceiro parlamento de Carlos I. Aprovação, em Maio, da Petição dos Direitos, exigindo:

1. O consentimento prévio do parlamento para todos os tipos de impostos;

2. A proibição do aboletamento de soldados em casas privadas;

3. A proibição de utilização de militares na imposição da lei marcial em tempo de paz;

4. Que ninguém fosse preso sem culpa formada.

1628, 7 de Junho. Aceitação da Petição dos Direitos por Carlos I. O parlamento aprova cinco subsídios. É levantado o problema dos impostos cobrados indevidamente pela coroa desde o início do reinado. A reunião do parlamento é adiada, em 26 de Junho.

1628, 23 de Agosto. O duque de Buckingham é assassinado.

1628. Publicação da tradução de Thomas de Hobbes da Guerra do Peloponeso, do historiador grego da Antiguidade Tucídides. Com tal obra, Hobbes tenta mostrar os perigos da democracia.

1629, Janeiro de. Nova sessão do parlamento. O problema dos impostos é novamente levantado. A resolução de Eliot é aprovada, afirmando que: (1.) quem inovar em matéria de religião, ou que emita opiniões contra a verdadeira religião; (2.) quem aconselhar a cobrança de novos impostos sem a aprovação do parlamento e (3.) quem pagar voluntariamente esses impostos, será considerado inimigo do Reino.

1629, 5 de Março de. Prisão de Eliot e de oito outros membros do parlamento. O parlamento é dissolvido, em 10 de Março. Carlos I governará sem parlamento até 1640.

1629. Devido à morte do seu pupilo, William Cavendish, Thomas Hobbes torna-se tutor do filho de sir Gervase Clinton, viajando com  pupilo pela Europa, descobrindo a geometria que tentará utilizar na explicação das suas ideias políticas.

1630. A Inglaterra assina a paz com a França, em Abril, e com a Espanha em Novembro. 

1634. De novo empregado pela família Devonshire, Thomas Hobbes realiza a sua terceira viagem ao Continente, entrando no círculo intelectual do abade Mersenne, patrono tanto de Descartes como de Gassendi, e torna-se amigo deste último.

1634. Criação de um imposto («ship-money») cobrado nas povoações marítimas e alargado a todo o país no ano seguinte. A população do interior aceita muito mal este novo imposto.

1636. Thomas Hobbes realiza uma viagem a Itália, encontrando-se com Galileu. O filósofo desenvolve os seus estudos com base na geometria e a ciência natural.

1637, 23 de Junho de. Uma tentativa de utilizar a liturgia inglesa em Edimburgo, na Escócia, ordenada por Carlos I, provoca uma revolta. A Igreja Presbiteriana é organizada para se opor à Igreja Episcopal. 

1637. Thomas Hobbes regressa a Inglaterra.

1638, 28 de Fevereiro de. Assinatura da Liga e Aliança SoleneSolemn League e Convenant»), para defesa da igreja reformada. Em Novembro uma assembleia geral realizada em Glasgow abole a Igreja Episcopal, define a liturgia e os cânones, dando uma forma definitiva à Scottish Kirk (Igreja Presbiteriana Escocesa).

1639. Primeira Guerra dos Bispos. Os escoceses ocupam o castelo de Edinburgh e levantam um exército. Carlos I marcha para Norte ao encontro dos revoltosos, encontrando o exército escocês perto de Berwick, assinando com eles a pacificação de Dunse em 18 de Junho.

1640. Thomas Hobbes põe a circular o manuscrito dos seus Elementos da Lei, que demostram a necessidade de uma soberania absoluta, a vários membros do parlamento inglês. Em Novembro, o «Longo Parlamento» impugna Thomas Wentworth e Hobbes abandona a Inglaterra, um dos primeiros realistas a exilar-se, sendo aceite de novo no círculo do Abade Mersenne.

1640, 13 de Abril a 5 de Maio de. Quarto parlamento de Carlos I. Como o parlamento se recusa a aprovar novos subsídios à Coroa sem discussão das várias queixas, é imediatamente dissolvido.

Começo na Escócia da Segunda Guerra dos Bispos, com derrota do exército real no combate de Newburn on the Tyne, em 28 de Agosto. Pelo tratado de Ripon, assinado em 26 de Outubro, o rei obriga-se a pagar o exército escocês até à realização de um acordo definitivo. Estas condições obrigam à convocação de um parlamento.

1640, 3 de Novembro de - 1660, 16 de Março de. O Longo Parlamento. A primeira sessão de reuniões realiza-se até 8 de Setembro de 1641. 

Thomas Wentworth, conde de Straford, Lord Lieutenant da Irlanda, e um dos dois principais conselheiros de Carlos I é julgado e condenado, sendo enviado para a Torre de Londres como prisioneiro. Será executado em 12 de Maio de 1641. O outro conselheiro do rei, William Laud, bispo de Londres, também é indiciado mas acaba por não ser julgado. 

1640, 15 de Maio de. O parlamento aprova a Lei Trienal que obriga à convocação do Parlamento de três em três anos, mesmo sem a iniciativa da Coroa. Segue-se uma lei impedindo a dissolução ou o adiamento do parlamento da época sem o seu consentimento. A aprovação de uma lei abolindo os bispos divide os Puritanos moderados dos mais radicais Presbiterianos.

1641, Julho. Abolição de tribunais reais, que demonstra a vontade de realizar uma revolução na Constituição inglesa. Carlos I refugia-se na Escócia, tentando conciliar-se com os dirigentes parlamentares moderados, durante a paragem dos trabalhos parlamentares, começada em Setembro.

Na Escócia, o marquês de Montrose tentou prender o conde de Argyll, dirigente dos presbiterianos. A conjura foi descoberta, assim como a ingerência do rei. O conde de Argyll passa a governar a Escócia praticamente sozinho.

1641, Outubro. Massacre de Protestantes do Ulster, no Norte da Irlanda.

1642. Thomas Hobbes publica o De Cive, e começa a escrever o De Corpore, a primeira obra de uma trilogia sobre o Corpo, a o Homem e o Cidadão.

1642, 3 de Janeiro. Carlos ordena o julgamento de vários dirigentes parlamentares por correspondência com os revoltosos escoceses. O parlamento não os entrega e cria uma comissão sob a protecção da cidade de Londres. Carlos abandona Londres em 10 de Janeiro, os cinco dirigentes perseguidos voltam às reuniões, e o parlamento aprova leis que afastam os bispos da Câmara dos Lordes e coloca a milícia sob o controlo do parlamento. Carlos recusa-se a assinar as decisões, recebendo o apoio de 32 lordes e 65 membros dos comuns.

1642, 2 de Junho. O parlamento apresenta ao rei as dezanove propostas: aceitação da lei sobre a milícia; aceitação da nomeação pelo parlamento dos governadores das fortalezas; realização de uma reforma da liturgia e do governo da igreja de acordo com os desejos do parlamento; aceitação da nomeação pelo parlamento dos ministros do rei, dos tutores dos príncipes e direito de veto dos pares nomeados após a data da aceitação. As propostas foram rejeitadas.

1642, Julho. O parlamento criou uma comissão de segurança pública, dando o comando de um exército de 24.000 homens ao conde de Essex.

1642, 22 de Agosto. Carlos I decide atacar as forças militares do parlamento. Começa a fase militar da Grande Revolta.

1642 - 1646. Guerra Civil.

Genericamente, do ponto de vista geográfico o rei tinha o apoio do Norte e do Centro, o parlamento apoiava-se em Londres e no Sul. Socialmente o rei era apoiado pela nobreza da província (a «gentry»), pela hierarquia da igreja anglicana e pelos camponeses; o parlamento gozava do apoio da classe média urbana, dos grandes mercadores e da grande aristocracia. As forças empregues eram pequenas, e a cavalaria a força determinante.

1642, 25 de Setembro. Liga e Aliança Solene («Solemn League and Convenant») assinada por 25 lordes e 288 membros dos comuns, acordando tornar a religião da Inglaterra, Escócia e Irlanda o mais uniforme possível e reformá-la «de acordo com a palavra de Deus, e os os exemplos das melhores igrejas reformadas.» Todos os funcionários e militares foram obrigados a assinar a Aliança. Os escoceses decidiram apoiar o parlamento e atravessaram a fronteira. Carlos I fez as pazes com os católicos  irlandeses revoltados e recrutou-os, aumentando ainda mais o seu descrédito em Inglaterra.

1644, Janeiro. Reunião de um Parlamento realista em Oxford.

1644, 2 de Julho. Batalha de Marston Moor. O exército real é vencido, permitindo às forças do parlamento o controlo do Norte de Inglaterra. A partir deste momento a vitória do parlamento é uma questão de tempo.

1645, Janeiro. O bispo de Londres, William Laud, julgado em  Março de 1644, mas sem condenação, é proscrito e executado. O Presbiterianismo torna-se a igreja oficial, com algumas reservas dos Independentes, dirigidos por Cromwell.

1645, 14 de Junho. Batalha de Naseby. Derrota decisiva de Carlos I. O apoio à causa real desmorona-se definitivamente. Devido a derrota de Stowe-on-the-Wold, em 26 de Março de 1646, o rei rende-se às forças escocesas, em 5 de Maio.

1646. Thomas Hobbes é nomeado professor de matemática do futuro Carlos II de Inglaterra, no exílio em Paris.

1646, Julho. O parlamento apresenta a Carlos I, cativo das forças escocesas, as propostas de Newcastle, que defendem que (1) o parlamento controle a milícia durante vinte anos, (2) que o rei aceite a Aliança, e (3) que apoie a Igreja Presbiteriana. O rei não as aceitou.

1647. Thomas Hobbes esteve à beira da morte, mas recuperou, publicando uma segunda edição do De Cive.

1647, 30 de Janeiro. Os Escoceses entregam Carlos I ao Parlamento inglês, em troca dos prés atrasados. O Exército dirigido pelos Independentes de Cromwell entra em conflito com o Parlamento, porque este quer licenciar as forças não necessárias. Alguns oficiais vão buscar Carlos I e levam-no prisioneiro para o local de reunião exército. 

1647, 4 de Junho de. Cromwell abandona o parlamento e dirige-se para a zona de concentração do exército, em Triptow Heath.

1647, 10 de Junho. O exército envia ao parlamento uma «humilde representação», pedindo a exclusão de 11 membros. 

1647, Julho. Os 2 «speakers», 14 lordes e cerca de 100 membros dos Comuns refugiam-se no acampamento do exército. O exército faz propostas ao rei: (1) que a oração seja livre para todos,  (2) que o parlamento controle o exército e a marinha durante 10 anos, e que (3) o parlamento se reúna todos os três anos. O rei rejeitou as propostas, e refugiou-se juntos dos membros presbeterianos do parlamento.

1647, 6 de Agosto. O exército entra em Londres e obriga o parlamento a aceitar de novo os membros que se tinham refugiado no exército. O rei é enviado para o palácio de Hampton Court, onde rejeitou uma forma remodelada das propostas apresentadas em Julho.

1647, 11 de Novembro. Carlos I fugiu para a Ilha de Wight, onde foi preso pelo governador do castelo de Carisbrooke.

1647, 24 de Dezembro. O parlamento apresenta a Carlos I quatro leis, que (1) entregam ao parlamento o comando do exército por 20 anos, (2) obrigam todas as proclamações e decisões tomadas contra o parlamento a serem retiradas, (3) os Pares («Lordes») feitos nos últimos anos a não puderem participar no parlamento e que (4) as duas câmaras poderiam gerir os períodos em que se reuniam em sessão. O rei rejeitou as leis em 28 de Dezembro, tendo já concluído um tratado com os escoceses, em que aceitou abolir a igreja episcopal na Escócia e restabelecer o Presbiterianismo. Os escoceses aceitaram restaurá-lo pela força das armas.

1648, 15 de Janeiro. O parlamento decidiu cortar todas as relações com o rei, renunciando ao juramento de fidelidade e submissão.

1648. Segunda Guerra Civil.

Uma guerra entre a Escócia e a Inglaterra, entre realistas e parlamentaristas e entre Presbiterianos e Independentes.

1648, Março. Numa reunião de oficiais do exército, em Windsor, foi decidido julgar o rei. 

1648, Julho. O parlamento reunido de novo sob o controlo dos presbiterianos, a decisão de cortar as relações com o rei foi revogada, tendo-se reaberto as negociações com a monarquia.

1648, 17 a 20 de Agosto. Batalha de Preston. Um exército escocês comandado pelo duque de Hamilton invadiu a Inglaterra, sendo derrotado por Cromwell, terminando assim a Segunda Guerra Civil.

1648, 6 e 7 de Dezembro. Depuração de Pride. O coronel Thomas Pride expulsa 96 membros presbiterianos do parlamento, por ordem do conselho de governo. O parlamento passa a ser composto por 60 membros, passando por isso a ser conhecido pelo Parlamento dos Restos (Rump Parliament).

1648, 13 de Dezembro. O parlamento rejeita a continuação das negociações com o rei, e aprova o julgamento de Carlos I. 

1649, 2 a 6 de Janeiro. A nomeação de um tribunal com 135 membros para julgar o rei é rejeitada pela câmara dos Lordes; os Comuns decidem que o poder legislativo só reside na sua câmara.

1649, 20 a 30 de Janeiro. Um conselho do exército aprova umas Regras de Governo      temporárias. O rei foi julgado num tribunal que sempre negou que tivesse qualquer jurisdição sobre a Coroa. O rei foi condenado à morte e decepado em Whitehall.

1649 - 1660. O Commonwealth, forma republicana de governo em Inglaterra.

O regime é uma ditadura militar, em que o poder é exercido pelo exército e pelo seu principal comandante, Oliver Cromwell. O poder legislativo é detido teoricamente pelos Restos do Parlamento (Rump Parliament) contando com cerca de 50 membros Independentes pertencentes ao Longo Parlamento. O poder executivo é exercido por um conselho de estado com 41 membros - 3 juízes, 3 oficiais do exército, 5 pares e 30 membros dos Comuns). O título e a função real é abolida, assim como a Câmara dos Lordes.

1649, 5 de Fevereiro. A Escócia  proclama Carlos II em Edimburgo, e os irlandeses revoltam-se em seu apoio, sob a direcção de Ormonde. 

1649, 12 de Setembro. Conquista da fortaleza de Drogheda. Cromwell dirigiu uma expedição à Irlanda, tendo suprimido rapidamente a revolta, com o massacre das guarnições das duas fortalezas de Drogheda e Wexford. Os proprietários católicos perdem as terras em favor de protestantes, sendo muitos deles assassinados. O problema irlandês torna-se muito mais violento.

1650, 27 de Abril a 21 de Maio de. O exército inglês comandado por Montrose foi derrotado em Corbiesdale, tendo o seu comandante sido preso e executado em Edimburgo.

1650, 24 de Junho de. Carlos II desembarca na Escócia, aceita a Aliança e é aclamado como rei. Cromwell ataca a Escócia, derrota o seu exército na batalha de Dunbar, em 3 de Setembro, e ocupa Edimburgo.

1651, 1 de Agosto a 3 de Setembro. Carlos II invade a Inglaterra comandando o exército escocês, sendo batido por Cromwell na batalha de Worcester, em 3 de Setembro. Carlos II consegue fugir para França, disfarçado. 

1651. Publicação do livro de Thomas Hobbes, Leviathan. Hobbes regressa a Inglaterra e começa a sua disputa com o bispo de Derry, John Bramall, sobre o problema do «livre arbítrio».

1651, 9 de Outubro. Primeira Lei de Navegação, proibindo a importação de produtos por meio de navios que não sejam ingleses ou dos países produtores. Medida tipicamente mercantilista destina-se a lutar contra a preponderância holandesa no transporte marítimo.

1652, 8 de Julho - 1654, 5 de Abril. Primeira Guerra anglo-holandesa, devido a implementação da lei de Navegação. Guerra naval ganha pelos ingleses, e terminada pela assinatura de um tratado de paz.

1653, 20 de Abril. Cromwell expulsa os Restos do Parlamento e dissolve o conselho de estado, criando um novo conselho e um parlamento nomeado, conhecido pelo Pequeno Parlamento. Os apoiantes de Cromwell no parlamento entregam-lhe o poder legislativo, em 12 de Dezembro, permitindo a criação do Protectorado, em 16 de Dezembro.

1653, 16 de Dezembro a 1658, 3 de Setembro. Cromwell governa enquanto «Lord Protector of the Commonwealth of England, Scotland and Ireland».

Existe uma constituição escrita, os Instruments of Govenment, o executivo dirigido pelo Lord Protector, tem um conselho cooperativo composto de 21 membros. O parlamento tem uma duração de três anos, sendo composto por 460 membros, não podendo ser dissolvido nos 5 meses seguintes à sua convocação. Tudo se baseia num exército de 30.000 efectivos.

1654. A obra Of Liberty and Necessity é publicada sem autorização de Hobbes.

1654, 3 de Setembro. O parlamento entra em conflito com Cromwell, sendo vários dos seus membros excluídos das sessões. O parlamento é dissolvido, tendo entretanto decidido que a função de Protector seria electiva e não hereditária.

1655. Em resposta a Hobbes, o bispo John Bramall publica A Defence of True Liberty from Antecedent and Extrinsical Necessity.

1655, Março a Maio de. Por motivo do levantamento de Penrudock a Inglaterra é dividida em 12 distritos militares, sendo as forças de ocupação pagas por meio de um imposto sobre as propriedades de antigos realistas, o clero anglicano é proibido de pregar e os padres católicos expulsos de Inglaterra. A censura à imprensa é restabelecida. 

1655, Outubro. Com a Pacificação de Pinerolo assinada com a França, Carlos II é obrigado a abandonar a França.

1656. Hobbes responde a John Bramall publicando The Questions Concerning Liberty, Necessity and Chance.

1656 - 1659. Guerra com a Espanha, devido à captura da Jamaica pelos ingleses.

1656, 17 de Setembro de - 1658, 4 de Fevereiro de. Terceiro Parlamento de Cromwell. Novo conflito entre poderes, dando-se uma modificação da Constituição. Tolerância religiosa para os Cristãos trinitários, com a exclusão dos anglicanos e católicos.

1657. Hobbes publica De Homine, segunda parte da sua trilogia.

1658. Nova resposta do bispo Bramall, com o título Castigations of Hobbes his Last Animadversions que incluiu um apêndice intitulado «The Catching of Leviathan the Great Whale».

1658. Uma força anglo-francesa ataca e conquista Dunquerque, possessão da Espanha. A Inglaterra ficará com a posse da fortaleza pela Paz dos Pirinéus, assinada entre a França e a Espanha.

1658, 3 de Setembro de. Oliver Cromwell morre.

1658, 3 de Setembro de - 1659, 25 de Maio de. Richard Cromwell, filho de Oliver, Lord Protector. Reunião de um novo parlamento, que entrou em conflito com o exército, sendo dissolvido. Richard Cromwell renuncia, o exército expulsa o novo parlamento e nomeia uma comissão militar de segurança, em Outubro. Em Dezembro o parlamento reúne-se de novo.

1660, 3 de Fevereiro. O general Monck, com o exército sob o seu comando, ocupa Londres vindo da Escócia, toma conta do governo enquanto capitão-general, convoca os membros sobreviventes do Longo Parlamento, em 21 de Fevereiro, sendo convocados mesmos os expulsos pela Purga de Pride. É dissolvido em 16 de Março.

1660, 14 de Abril. Carlos II divulga a Declaração de Breda, proclamando uma amnistia geral, prometendo liberdade de consciência e a confirmação da posse das propriedades confiscadas aos seus detentores reais. Um novo Parlamento responde favoravelmente a Carlos II, proclama-o rei, em 8 de Maio.

1660, 29 de Maio de. Carlos II entra em Londres.

1660 - 1685. Reinado efectivo de Carlos II.

Jaime, duque de York, é nomeado comandante da Armada, Monck do Exército. Os bispos são reinstalados nas Sés episcopais, são aprovadas leis de amnistia para todos os tipos de ofensas políticas realizados entre 1 de Janeiro de 1637 e 24 de Junho de 1660, com excepção dos juízes do tribunal que condenou o rei à morte. O exército foi dissolvido com excepção de 5.000 homens necessários à guarnição das fortalezas.

1660, 25 de Dezembro. O parlamento que restaurou a monarquia é dissolvido.

1660, 29 de Dezembro. Um parlamento realista na Escócia abole a Aliança presbiteriana, e as leis passadas pelo parlamento nos 28 anos anteriores.

1661, 8 de Maio de - 1679, 24 de Janeiro. Primeiro parlamento de Carlos II. O Parlamento dos Cavaleiros, predominantemente realista. A Inglaterra assiste a uma reacção generalizada contra o puritanismo, com a reaparição do jogo, da dança e do teatro. O parlamento aprovou um conjunto de leis repressivas, connhecidas pelo Código de Clarendon, entre as quais (1) o  «Corporation Act», aprovada em 20 de Novembro de 1661, pela qual todos os magistrados eram obrigados a receber os sacramentos de acordo com a regras da Igreja de Inglaterra e a declarar ilegal a utilização de armas contra a monarquia; (2) o «Act of Uniformity», aprovado em 24 de Agosto de 1662, que obrigou todos os membros do clero e assim como os professores da universidade e mestres escola a aceitar o Livro Comum de Oração («Common Prayer Book»); (3) o «Conventicle Act», de Maio de 1664, que proibiu as reuniões dos dissidentes em matérias religiosas, e (4) o «Five-Mile Act», de Outubro de 1665, que obrigava quem tinha aceite o «Act of Uniformity» a jurar que nunca tentaria realizar qualquer mudança tanto na Igreja como no Estado, proibindo todos aqueles que o não aceitassem a aproximar-se do local em que tivessem sido pastores ou professores.

1662, 20 de Maio. Carlos II casou com Catarina de Bragança, filha de D. João IV de Portugal. Dunquerque foi vendida À França.

1665. Hobbes publica De Corpore. Começa a sua controvérsia com John Wallis e Seth Ward, membros da Royal Society, sobre a geometria, a religião e o estado das universidades.

1665, Abril de. A Grande Peste.

1665 - 1667. Segunda Guerra contra a Holanda, marcada pela derrota da frota holandesa pela inglesa ao largo de Lowestoft em 3 de Junho de 1665.

1666, 2 a 9 de Setembro de. Grande Incêndio de Londres. Após duas catástrofes seguidas, o parlamento inglês é apanhado numa «caça às bruxas», tentando erradicar o ateísmo. O Leviatã é discutido mas o rei intercede a favor de Hobbes mas proibindo-o de voltar a publicar.

1666. Os presbiterianos escoceses revoltam-se contra as restrições impostas pela igreja episcopal triunfante, sendo esmagados  na batalha de Pentland Hills, em 28 de Novembro.

1667, 21 de Julho de. Tratados de Breda entre a Inglaterra e a Holanda, França e Dinamarca. A Inglaterra recebe da França várias ilhas nas Antilhas, e entrega a Acádia no actual Canadá. A Inglaterra e a Holanda aceitam o statuo-quo de 21 de Maio, o que faz com que a Inglaterra mantenha a posse de Nova Amesterdão (Nova Iorque).

1667. Edward Hyde, o conde de Claredon, foi obrigado a demitir-se do seu cargo de Chanceler, sendo impugnado e obrigado ao exílio, ao ser considerado responsável pelas medidas impopulares do Parlamento dos Cavaleiros.

1668. Thomas Hobbes termina Behemoth, uma história do período de 1640 a 1660, e apresenta-o ao rei para publicação, mas a autorização é negada.

1668, 23 de Janeiro de. A Tríplice Aliança entre a Inglaterra, a Holanda e a Suécia contra a França de Luís XIV. 

1670, Maio de. O rei assina, nas costas do parlamento, o tratado de Dover com Luís XIV, pelo qual se obriga a apoiar a França contra a Espanha e a Holanda, e aceita converter-se ao catolicismo, logo que for conveniente fazê-lo. O irmão Jaime, duque de Yorck, futuro Jaime II, converteu-se de imediato.

1672. Depois de acabar uma autobiografia em inglês, e em texto, Thomas Hobbes escreve uma em Latim e verso.

1672, Março. Carlos II emite uma Declaração de Indulgência, que tenta acabar com as restrições contra os dissidentes protestantes e os católicos. O parlamento obriga o rei a retirar a oferta de indulgência.

1672, 17 de Março - 1674, 9 de Fevereiro de. Terceira Guerra contra a Holanda, com vitórias navais inglesas. A guerra terminou com a assinatura do Tratado de Westminster.

1673. Aprovação do «Test Act», que tenta recuperar algumas normas do Código de Clarendon, atacando o duque de Yorck e os seus apoiantes. O rei muda de ministros, devido à obrigatória demissão do duque de Yorck.

1674, 9 de Fevereiro.  Jaime, duque de Yorck, herdeiro da coroa inglesa, casa com a princesa católica Maria d'Este, filha do duque de Modena.

1675. Aos 86 anos Thomas Hobbes publica uma tradução da Ilíada e da Odisseia.

1677, 4 de Novembro de. Casamento de Maria, filha do duque de Yorck, com Guilherme de Orange, governador militar («Stadholder«) da Holanda, e futuramente rei de Inglaterra enquanto Guilherme III.

1678, Setembro de. A Conjura Papista. Titus Oates afirma que houve uma tentativa católica para assassinar o rei. Com a vaga de ódio contra os católicos, cinco Lordes são presos e enviados para a Torre de Londres, o confessor de duquesa de Yorck é preso, condenado e executado. O parlamento passa legislação impedindo os católicos de pertencerem ao parlamento.

1679, 24 de Janeiro. Dissolução do Parlamento dos Cavaleiros. O conde de Danby, Thomas Osborne, «Lord High Treasurer» é demitido do seu cargo devido à sua impugnação acusado de correspondência traiçoeira com a França. O duque de Yorck abandona a Inglaterra.

1679, 6 de Março de - 27 de Maio de 1680. Terceiro parlamento de Carlos II. O julgamento do conde de Danby não termina, fazendo com que o antigo ministro de Carlos II fique na Torre até 1685. Apresentação de uma proposta de lei impedindo o duque de Yorck suceder ao trono, enquanto católico.

1679, Maio. Aprovação da Lei de Habeas Corpus.

1679. Revolta dos presbiterianos na Escócia, contra as medidas do duque de Lauderdale, secretário de estado de Carlos II. Os protetantes escoceses são derrotados   em 22 de Junho pelo duque de Monmouth, e subsequentemente perseguidos, o que leva à demissão de 80 bispos da igreja episcopal a demitirem-se.

1679, 7 de Outubro de. Carlos II prorroga a vigência do parlamento. Descoberta outra conspiração católica vontra o rei.

1679, 4 de Dezembro de. Thomas Hobbe morre em Hardwick Hall.

1680, 21 de Outubro de  - 1681, 18 de Janeiro. Quarto parlamento de Carlos II. A lei de exclusão passa nos Comuns mas não nos Lordes.

1681, 21 a 28 de Março de. Quinto parlamento de Carlos II, convocado em Oxford, mas imediatamente dissolvido quando a lei de exclusão é apresentada.

1682. Publicação póstuma da obra de Thomas Hobbes, proíbida em 1668, Behemoth.

1683, June. O rei põem em causa a existência de forais de várias cidades e vilas inglesas, questões resolvidas com dinheiro, política a que se opõe uma confederação de dirigentes do nascente partido da província (os futuros Whigs), que descortina o mesmo método para aumentar o poder real, usado nos princípios do século, e conspira contra o rei. Esta actuação ligada a uma outra conspiração para derrubar Carlos, permite que, ao serem descobertas, Jaime II seja reconduzido nas suas antigas funções.

1685, 6 de Fevereiro. Carlos II morre, sabendo que o seu irmão Jaime lhe sucederia.

Fontes principais:

William L. Langer,
An Encyclopedia of World History,
Boston, Houghton Mifflin, 1968

António Augusto Simões Rodrigues (dir.),
História Comparada: Portugal, Europa e o Mundo. Uma Visão Cronológica,
Lisboa, Temas e Debates, 1997

 

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