Portugal - Dicionário

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Alcoforado (António).

 

n.       1479
f.        20 de setembro de 1532.

 

Moço fidalgo, que servia a casa do duque de Bragança, D. Jaime. 

Era filho de Afonso Pires Alcoforado. A duquesa de Bragança, D. Leonor, estimava-o muito e essa estima inocente foi causa duma sanguinolenta tragédia. A este respeito correm duas versões. A primeira é a seguinte: D. Jaime presenteou sua esposa com algumas jóias, e a duquesa dera uma dessas joias a uma das damas, com quem muito simpatizava. Esta dama entretinha amores com António Alcoforado, ofereceu-lhe a jóia da rainha, e o gentil fidalgo colocou-a no chapéu. O duque D. Jaime viu-a, e cheio de ciúme inquiriu a esposa a este respeito. D. Leonor respondeu que tinha as jóias todas reunidas, e insistindo o duque, para que lhas mostrasse, a duquesa recusou-se. D. Jaime, desesperado, mandou chamar o seu confessor Lopo Garcia, para ouvir de confissão António Alcoforado, e em seguida mandou-o matar. D. Leonor morreu também às mãos do próprio marido. (V. Bragança, D. Leonor). A outra versão altera somente a narrativa num ponto; é que a duquesa* concedera em certa noite uma entrevista ao gentil moço fidalgo, prometendo falar-lhe de uma das janelas que deitavam para o jardim, onde se estavam fazendo obras. O duque, desconfiado de que o afeto de sua esposa por Alcoforado não fosse simples estima, mandou vigiá-lo de dia e de noite. Apenas entrou no jardim o infeliz fidalgo, o duque recebeu aviso, e daí resultou a terrível tragédia.

 
* Rainha no original

 

 

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume I, pág. 172

105Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2012 Manuel Amaral