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Almoxarifado
de Marinha.
Repartição
criada em 1793 pelo ministro da Marinha, Martinho de Melo e Castro,
para melhor recepção, arrecadação e distribuição de todos os géneros
que tivessem a despender-se na construção e entretenimento dos
navios e esquadras reais. Com esta criação ficou extinta a antiga
Provedoria real dos Armazéns, espécie de repartição central, em
que se acumulavam até então todas as funções administrativas e
de contabilidade da armada, e o mal organizado Almoxarifado dos
mantimentos que tinha a seu cargo especial o fornecimento dos comestíveis.
O
Almoxarifado de Marinha tinha a seu cargo toda a parte material; a
contadoria dos armazéns, repartição com ele instituída e que lhe
ficou dalguma forma anexada, liquidava e fiscalizava as despesas, e
a Intendência geral, nascida pela mesma ocasião, era o corpo
superior, que, sob as ordens regias, administrava e geria tudo que
dizia respeito à organização, arranjo, sustentação e manutenção
da marinha real. A reforma de 1793 destruiu tudo quanto estava
estabelecido no antigo sistema. A organização de Martinho de
Mello, com a intendência, o almoxarifado,
a contadoria na parte material ou da fazenda, e o almirantado em
quanto ao pessoal, elevou a marinha de guerra portuguesa, no fim do
século XVIII, a um estado de grandeza, que no tinha nunca atingido.
De 1793 a 1834, a marinha de guerra manteve-se bem organizada,
brilhantemente dirigida por tribunais e conselhos superiores, nos
quais se dividia o governo da armada, sob a inspecção-geral do
ministro que representava o poder supremo; hoje temos a concentração
do todos esses poderes, de todos esses tribunais e conselhos nas
repartições duma secretaria de estado.
V.
Almirantado (Conselho
do).
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