|  |  |  | Alvito (João Fernandes da Silveira, 1.º barão de).   n. [ c. 1430.
            ] f.       1484.
   Regedor das justiças, chanceler-mor,
            escrivão de puridade de D. Afonso V, e vedor da Fazenda. Foi este o
            primeiro titulo de barão que se, concedeu em Portugal. João
            Fernandes da Silveira era filho de Fernando Afonso, doutor em leis
            pela 
            Universidade de Bolonha, e desembargador, filho legítimo de
            Afonso Martins, um bravo guerreiro de D. João I, que depois de viúvo
            professou em Santa Cruz de Coimbra, onde foi o décimo nono prior.
            Afonso Martins era filho de D. Martim Afonso de Sousa; senhor de Baião,
            e neto de D. Afonso Diniz, filho legitimado de D. Afonso III. João
            Fernandes da Silveira vinha a ser, portanto, quarto neto deste
            monarca. Fernando Afonso serviu el-rei D. João I com grande confiança
            e ocupou diversos lugares, entre eles o de embaixador a Castela em
            companhia de D. Fernando de Castro, no ano de 1423, para celebrarem
            as pazes, e no ano de 1428 foi como embaixador a França a ajustar o
            casamento da infanta D. Isabel com o duque de Borgonha. Sua mãe, D.
            Catarina Teixeira, camareira-mor da referida infanta D. Isabel,
            duquesa de Borgonha, era filha de Estêvão Peres, alcaide-mor de
            Torres Vedras. Por dez vezes foi João Fernandes da Silveira
            encarregado de embaixadas a diversos príncipes e prestou grandes
            serviços à pátria; assistiu também à tomada de Tânger e
            Arzila. D. Afonso V o agraciou com o título
            de barão da vila de Alvito, por ser esta vila a principal. cabeça
            das terras que possuía, continuando o titulo em todos os seus
            descendentes. A carta régia, com a data de 27 de abril de 1475, tem
            esta designação: "Barão da
            vila
            de Alvito, de juro e herdade
            para sempre, sem carecer de mais licença régia".  Esta graça foi
            depois confirmada por D. João II, em 10 de 
            abril de 1482. O 1.º
            barão de Alvito casou duas vezes; a primeira com D. Violante
            Pereira, filha de Joane Mendes Aguado, corregedor da corte. Deste
            consórcio não houve sucessão varonil. Em segundas núpcias casou
            com D. Maria de Sousa Lobo, filha e herdeira de Diogo Lopes Lobo,
            senhor de Alvito, Vila Nova, Oriola, Aguiar e Nisa de Setúbal, e de
            D. Isabel de Sousa, filha de D. Lopo Dias de Sousa, mestre da 
            Ordem
            de Cristo, na casa de Lafões. Deste matrimónio houve dois filhos:
            D. Diogo Lobo da Silveira, que foi o segundo barão de Alvito, e D.
            Filipe de Sousa, que tomou o apelido de seu avô materno, e foi o
            tronco da família dos Sousas, senhores dos morgados de Calhariz,
            Monfalim e Fonte do Anjo, alcaides-mores da Sertã, capitães da 
            Guarda
            
            Real alemã, hoje chamada archeiros, ascendentes da actual
            senhora duquesa de Palmela. O barão de Alvito faleceu em 1484.
            Ao primeiro senhor de Alvito, Diogo Lopes Lobo, foram, concedidos
            por D. João o título de senhor de Oriola e Vila Nova de Aguiar, por
            carta de 12 de 
            julho de 1419; e o de senhor de Alvito e Ribeira de
            Nisa, pela portaria de 
            maio de 1425. O brasão de armas: em campo de prata
            cinco lobos pardos em aspa, armados de vermelho, tendo o escudo uma
            bordadura de azul com oito aspas de ouro. Timbre, um dos lobos do
            escudo com uma aspa na espádua. A bordadura de azul é privativa
            dos barões de Alvito, descendentes do primeiro senhor de Alvito,
            Diogo Lopes Lobo, que estes adoptaram.  D. João Lopo, bispo de Tânger,
            descendente dos primeiros membros, desta nobre família usava do
            brasão de armas primitivo dos Lobos: em campo de prata cinco lobos
            pardos postos em quina. O rei D. Manuel ordenou, para maior
            nobreza, que os descendentes do senhor de Alvito usassem o escudo de
            armas da seguinte maneira: Em lugar do primeiro lobo dos cinco das
            ditas armas dos Lobos, um castelo dos da orla e bordadura do escudo
            das armas do reino, que é de oiro em campo vermelho. Dado na vila
            de Tomar a 24 de 
            junho de 1506.
                 Genealogia
            de João Fernandes da Silveira, 1.º barão de AlvitoGeneall.pt
  
              
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