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O Portal da História  > Dicionário > João António Salter de Mendonça, 1.º visconde de Azurara

Azurara (João António Salter de Mendonça, 1.º visconde de).

 

n.         15 de agosto de 1746.
f.          14 de junho de 1825.

 

Fidalgo cavaleiro da Casa Real; do conselho de D. João VI; cavaleiro professo na ordem de Cristo, comendador de S. Pedro de Farinha Podre, no bispado de Coimbra, na referida ordem; comendador da ordem de N. Sr.ª da Conceição; secretário e membro do governo do reino; desembargador do Paço e da Casa da Suplicação; deputado e procurador da Junta do Tabaco, etc.

Nasceu em Guiana, bispado de Pernambuco, a 15 de agosto de 1746, faleceu em 14 de junho de 1825. Era filho de Jorge Salter de Mendonça, fidalgo da Casa Real, desembargador da Relação e Casa do Porto, em cujo exercício faleceu; desembargador da Relação da Baía; ouvidor de Paraíba e procurador da coroa e fazenda desta capitania; juiz de fora da vila de Ourém, provimento da casa de Bragança; proprietário do oficio de escrivão da carga e descarga das naus da Índia; casado com D. Antónia Francisca Pessoa de Lima, filha de Bento Correia de Lima. Salter de Mendonça veio para Portugal, matriculou-se na Universidade de Coimbra, onde seguiu o curso de direito, e, apenas o concluiu, foi nomeado auditor do regimento de marinha. 

Em 1772 teve a promoção de desembargador da Relação do Rio de Janeiro. Nessa cidade desempenhos também os lugares de ouvidor geral do cível, procurador da Coroa e Fazenda Real, deputado de fazenda, porteiro e guarda-mor da alfândega, sendo transferido em 1779 para a Relação do Porto, servindo também nesta cidade os cargos de procurador fiscal e conservador da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro. Em 1789 foi nomeado desembargador da Casa da Suplicação; em 1799 procurador-geral da coroa, e em 1801 deputado da casa de Bragança. Quando a 29 de novembro de 1807 a família real partiu para o Brasil, ficou Salter de Mendonça fazendo parte da regência nomeada por D. João VI, então príncipe regente, como secretário e encarregado dos negócios do Reino e da Fazenda, lugar em que se conservou até 15 de setembro de 1820, em que se realizou na capital a revolução, sendo dissolvida a regência, elegendo-se uma junta por aclamação do povo. Salter de Mendonça também foi nomeado em 1812 regedor da justiça da Casa da Suplicação, guarda-mor do Real Arquivo da Torre do Tombo, em 24 de dezembro de 1813; presidente da comissão do Exame dos Forais e Melhoramentos da Agricultura; presidente da comissão da Nova Reforma de Pesos e Medidas; escrivão e proprietário da carga e descarga das naus da Índia.

Casou no Porto em 1789 com D. Ana Rosa de Noronha Leme Cernache, filha de Vicente de Noronha Leme Cernache, e de sua mulher D. Ana de Noronha Leme Cernache.

O título de visconde de Azurara foi concedido em duas vidas, por decreto de 13 de maio de 1819 e carta de 22 de junho de 1820.

O brasão de armas um escudo com as armas dos Salter, em campo de prata uma cruz preta florida entre quatro violetas da mesma cor, também em cruz. Timbre: um mocho de sua cor armado de ouro. 

Tendo falecido sem filhos legítimos, o titulo de visconde passou para seu filho natural, legitimado pelo alvará de 6 de Fevereiro de 1809, Jorge Salter de Mendonça.

 

 

Genealogia do 1.º visconde de Azurara
Geneall.pt

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume I, pág. 951

Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2012 Manuel Amaral