Senhor das vilas de Povos e Cheleiros, e do morgado da Foz,
            conselheiro de Estado, vedor da Casa Real, alcaide-mor de Colares,
            comendador de Langroina na Ordem de Cristo, etc.
            Era filho de D. Álvaro de Ataíde, senhor da Castanheira, e de
            sua mulher D. Violante de Távora; seus avós paternos eram os
            condes de Atouguia, e os maternos os do Prado. Nasceu em 1500, faleceu
            na vila da Castanheira a 7 de outubro de 1563.
            Recebeu a primeira educação no paço real, sendo D. João ainda
            príncipe, com quem então muito convivera Tinham ambos quase a
            mesma idade, e esta convivência lhes granjeara mutuamente uma
            verdadeira afeição. Quando D. João subiu ao trono em dezembro de
            1521, por morte de seu pai, o rei D. Manuel, concedeu-lhe o titulo
            de conde da Castanheira, e nomeou-o embaixador em Paris para tratar
            de negócios da maior importância, e apesar de contar apenas 20
            anos de idade, D. António de Ataíde houve-se superiormente no
            desempenho desse espinhoso cargo. Também representou o monarca em
            Castela e Alemanha, e em paga destes serviços, D. João o nomeou,
            por carta de 13 de maio de 1532, conselheiro de Estado e vedor da
            fazenda, lugar que exerceu até 1557, ano em que faleceu aquele
            monarca. Saindo então da corte retirou-se para, o convento da
            Castanheira, e ali faleceu.
            Era casado com D. Ana de Távora, filha de D. Álvaro Pires de
            Castro, senhor do Mogadouro e de Mirandela, e de sua mulher, D.
            Isabel da Silva, filha dos condes de Penela.
            Escreveu: Cópia de um papel, em que D. António de Ataíde,
            primeiro conde da Castanheira, deu razão de si a seus filhos e
            descendentes, escrito em Lisboa a 10 de janeiro de 1557. Foi
            publicado em Madrid em 1558.