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Damasceno
(Rosa).
n.
23 de fevereiro de 1849.
f. 5 de outubro de 1904.
Actriz
contemporânea.
N asceu
no Porto a 23 de fevereiro
de 1849, faleceu
no Gradil a 5 de outubro
de 1904.
Seu
pai era militar; e
quando faleceu,
veio Rosa com sua mãe para o Alentejo, e entrou corno actriz numa
companhia ambulante, dirigida por um antigo actor e empresário,
chamado Lopes. Percorreu com a companhia diversos teatros da província,
agradando sempre muito, até que Marcolino Pinto Ribeiro, antigo
actor do teatro de D. Maria II, vendo-a representar, tão
entusiasmado ficou que lhe aconselhou e à mãe, viessem para Lisboa
porque a novel actriz tinha bastante mérito para fazer uma carreira
artística distinta Marcolino apresentou-a então ao comissário régio,
o Dr. Luís da Costa Pereira, que a admitiu, e lhe deu um pequeno
papel, escriturando-a ás noites, como se usava muitas vezes nessas
época.
Construía-se
o teatro da Trindade, e o seu director, o falecido Francisco Palha,
tendo conhecimento das disposições para a acena e os dotes de
formosura de que era dotada Rosa Damasceno, propôs-lhe escritura,
que ela aceitou, realizando-se o seu debute no dia da inauguração
do referido teatro a 30 de novembro de 1867, entrando nas duas peças
que se representaram, A mãe dos pobres, drama em cinco
actos, de Ernesto Biester, e O Xerez da viscondessa, comédia
em um acto, tradução de Francisco Palha. O êxito, que obteve, foi
dos mais satisfatórios. Representou então em grande parte do
reportório, cultivando também a opereta, em que muito sobressaía
a sua voz maleável e dum timbre agradável. Mencionaremos as
seguintes peças: A família Benoiton, Conspiração na aldeia, O
senhor Procópio Baeta, Pupilas do Sr. reitor, Boa desforra, Ultima
moda, Casamento singular, As amazonas de Tormes, Ouros, copas,
espadas e paus, Campainhas, Avarento, Baile da condessa, Novelia em acção,
Casa de Orates, Pior inimiga, Quem desdenha, Um murro e um lenço,
Quatro mulheres numa
casa, Mãos de fidalgo, Amores de primavera, O Barba Azul, A gata
borralheira, O rouxinol das salas, As três rocas de cristal, etc.
Rosa
Damasceno passou depois para o teatro de D. Maria II, que então era
explorado por uma empresa particular. Foi ali que a sua carreira se
tornou mais gloriosa, tomando também parte em muitas peças do
reportório, recebendo frenéticos aplausos que o público sempre
lhe dispensava como uma das suas actrizes mais predilectas. Entrou
então na Mantilha de renda, Amigo Fritz, Fourchambault, Tio Milhões,
Madrugada, O alfageme de Santarém, Os Velhos, João de Thommaray, Marquês
de Villemer, Sociedade onde a gente se aborrece, Os fidalgos da Casa
Mourisca, Duque de Viseu, Varina, Cigarra, Arlesiana, Abade
Constantino, D. Afonso VI; Alcácer-Quibir, O intimo, Guerra em
tempo de paz, Amigo das mulheres, O bibliotecário, D. Leonor Teles,
Hamlet, Triste viuvinha, Meter-se a redentor, etc.
Esteve
depois no teatro de D. Amélia, desde 1898 até à data do
falecimento. Neste teatro ainda aumentou
consideravelmente o seu enorme reportório, apresentando-se
nas peças O que morreu de amor, Maridos de Leontina, Amor de mãe,
Meia noite, Corte na aldeia, Degeneradas, Corrida do facho, Fromont
& C.ª, Castelo histórico, Outro eu, Pouca sorte, Torrente,
Auto pastoril, Segredo do Polichinelo, Paço de Veiros, Ressurreição,
Cruz da esmola, Segredo da confissão, etc. A ultima peça que
representou foi O Adversário.
Rosa
Damasceno fez uma digressão ao Brasil em 1892, percorrendo o Rio de
Janeiro, S. Paulo, etc. Era casada com o actor Eduardo Brazão.
Genealogia
de Rosa Damasceno
Geneall.pt
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