Portugal - Dicionário

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
O Portal da História Dicionário > Luís da Silva Maldonado de Eça

 

Eça (Luís da Silva Maldonado de).

 

n.      4 de abril de 1808.
f.       7 de agosto de 1879.

 

General de brigada, deputado, ministro de Estado, etc.

Nasceu em Elvas a 4 de abril de 1808, faleceu a 7 de agosto de 1879. Era filho do general de cavalaria António da Silva Maldonado de Eça e de D. Mariana Justina da Cruz e Brito; irmão do general de divisão Jerónimo da Silva Maldonado de Eça (V. este nome). Assentou praça na arma de cavalaria em agosto de 1823, e foi despachado alferes em dezembro de 1826, promovido a tenente em abril de 1833 e a capitão em julho desse mesmo ano.

Tomou parte muito activa e distinta nas campanhas da Liberdade. Terminada a guerra civil, partiu para Espanha na divisão auxiliar portuguesa que foi sustentar os direitos de D. Isabel II contra D. Carlos, e regressando depois à pátria, foi seguindo os respectivos postos, sendo promovido a major em 1845, a tenente-coronel em 1851, a coronel em 1858 e a general de brigada em 1869. Desempenhou várias comissões, comandou os regimentos de Lanceiros  e de Cavalaria 3 e 4, e a 5.ª Divisão Militar, sendo por muitos anos presidente da Comissão de Remonta. No ano de 1860 foi escolhido para ir a França juntamente com o general visconde da Luz e o então coronel de infantaria José Maria de Magalhães, estudar as manobras do exército francês no campo de Chalons. 

Entrando na política filiou-se no Partido Histórico, saiu eleito deputado em diversas legislaturas, teve a carta de conselho, e foi chamado ao ministério, no gabinete que se formou em 11 de agosto de 1869, presidido pelo duque de Loulé, encarregando-se da pasta da guerra. Estava então comandando a Divisão Militar dos Açores, e por isso só foi nomeado em 6 de setembro, conservando-se no ministério até 18 de dezembro do referido ano de 1869. Durante o tempo da sua gerência realizaram-se várias reformas nos serviços militares, especialmente na parte administrativa, e foi também então que se deu a manifestação militar a favor do duque de Saldanha, que foi como o prenúncio da revolta de 19 de maio de 1870. Ainda exerceu várias comissões depois da sua saída do ministério, até que faleceu vítima dum padecimento canceroso na língua. 

Era comendador das ordens da Torre e Espada, de S. Bento de Avis, e de Isabel, a Católica, de Espanha; condecorado com as medalhas das campanhas da Liberdade e da Cruz de S. Fernando, ganha em campanha, etc.

Traduziu e publicou em 1871 os Postos avançados de cavalaria ligeira; recordações pelo general Brack, tradução feita em 1863, 2 tomos.

 

 

 

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume III, pág.
108

Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2012 Manuel Amaral