Portugal - Dicionário

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Garcia Alagarim (Joaquim José).

 

n.     18 de janeiro de 1830.
f.      13 de maio de 1897.

 

Professor de violino no Conservatório Real de Lisboa; chefe da orquestra da Sé.

Nasceu em Lisboa a 18 de janeiro de 1830, faleceu na mesma cidade a 13 de maio de 1897. Era filho de José Maria Garcia, que foi trompa na Orquestra da Real Câmara e do Teatro de S. Carlos. Seu avô, José Garcia, espanhol de origem, era mestre da música das Reais Cavalariças.

Estudou música no Conservatório, completando o curso de flauta com José Gazul e o de violino com Mazoni. Também recebeu lições do violinista Luís Eller, que esteve em Lisboa no ano de 1852. Eller teve em muito apreço o talento de Alagarim, e não só se prestou a ensina‑lo durante todo o tempo que esteve na capital, como queria levá-lo consigo para Itália, abrindo-lhe assim a carreira de concertista. Não querendo sair de Lisboa, Alagarim continuou nos seus estudos. Tornando-se distinto violinista, tocou a solo em vários concertos da Academia Melpomenense e doutras, era o primeiro violino no Teatro de S. Carlos. Em 1864 foi chefe da orquestra do Ginásio, onde se conservou bastantes anos, sendo mais tarde também director da orquestra do Teatro de D. Maria II. 

O lugar de professor no Conservatório alcançou-o por concurso realizado em 30 de junho de 1868, tendo tido por competidor Augusto Marques Pinto, recebendo a nomeação por decreto de 13 de setembro do referido ano. Dedicou se também à literatura escrevendo pequenos artigos, poesias e charadas para os jornais semanais e almanaques. Traduziu muitas comédias e libretos de operetas, assim como escreveu algumas comédias originais e cenas cómicas. Muitas das suas comédias se representaram no Ginásio e no antigo Teatro da rua dos Condes. Em versos satíricos era muito espirituoso, escrevendo nesse género grande número de décimas, sonetos e quadras. Notando que o seu nome e apelido de Garcia, por serem vulgares e usados por muitas pessoas, podiam causar graves prejuízos, adoptou o segundo apelido de Alagarim, que dizia pertencer aos ascendentes da linha materna.

Dos seus escritos lembram-nos os seguintes. Comédias em 1 acto: O 66, Amor e o código, Um sapateiro industrioso, Bolsa e cachimbo, As aparências iludem, O tesouro do tio Jacob, Tio e sobrinha, Tribulações dum Jeremias, Luísa e Augusto, etc., e a cena cómica Zé Cosme o varredor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume III, pág
. 695.

Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2015 Manuel Amaral