|  |  |  | Tratado de Methuen.  
               Foi
            com o embaixador inglês John Methuen, que em 1703 D. Pedro II fez o
            célebre tratado, que ficou com esse nome, e que tão funesto foi
            para os interesses de Portugal. Este tratado levantava todas as
            proibições que se tinham posto à entrada das mercadorias
            inglesas, e em compensação dava entrada aos nossos vinhos em
            Inglaterra com abatimento de um terço dos direitos que pagavam na
            Grã-Bretanha os vinhos da França. Esse tratado foi a nossa
            completa ruína, porque nos pôs completamente na dependência
            industrial da Inglaterra, e até mesmo porque, dando vantagens excecionais
            à cultura dos vinhos, não foi menos nefasto aos outros ramos da
            agricultura mais directamente necessários a um povo.  Eis o que diz
            esse respeito o sábio e inteligente Coelho da Rocha: 
            «Logo no primeiro ano as exportações para Portugal subiram
            no valor de 1.300:000 libras (13 milhões de cruzados) e a saída
            dos vinhos portugueses, ainda que em menor proporção, foi contudo
            bastante para os elevar a tão alto preço, que os do Douro chegaram
            a sessenta mil réis a pipa. Todos se deram então à cultura deste
            género. Em poucos anos a sua abundância e a sua adulteração
            excitada pela sofreguidão do ganho e talvez por cálculos
            premeditados dos negociantes ingleses, fê-lo descer de tal maneira
            que, desde 1750 a 1755, os melhores vinhos não passavam de dez mil
            réis, e ainda por este preço não tinham consumo.»  Este funesto
            tratado foi substituído pelo de 1810, que ainda assim não era
            muito mais vantajoso   .
            
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