Portugal - Dicionário

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O Portal da História Dicionário > António José da Serra Gomes, 2.º conde e 1.º marquês de Penafiel
1.º marquês de Penafiel
1.º marquês de Penafiel

 

Pedro (D.).

 

n.       30 de agosto de 1819.
f.        30 de dezembro de 1891.

 

Oficial-mor da Casa Real honorário, par do Reino, enviado extraordinário e ministro plenipotenciário na corte de Berlim; grã-cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa; comendador da de Cristo; grã-cruz das seguintes ordens estrangeiras: de Alberto o Valoroso, de Saxónia; de Medjidic, de Turquia; de Ernesto, de Saxe-Coburgo-Gotha; comendador da Águia Vermelha, da Prússia; dos Príncipes, de Hohenzollern; oficial da Legião de Honra, de França; da Rosa, do Brasil; oficial de Instrução Pública, de França, etc.

Nasceu no Maranhão a 30 de agosto de 1819, faleceu em Berlim a 30 de dezembro de 1891. Era filho de António José Gomes, português, e de D. Carlota Joaquina da Serra Freire, senhora brasileira.

Veio para Lisboa adido à legação do Brasil nesta cidade. A 6 de fevereiro de 1861 casou com D. Maria da Assunção da Mata de Sousa Coutinho, 2.ª condessa de Penafiel como filha única e herdeira de seu pai, o 1.º conde deste título, que faleceu a 5 de novembro de 1859. Esta senhora nasceu em Paris a 3 de março de 1827, e o título foi-lhe confirmado por decreto de 18 de julho de 1860. Foi dama de honor da rainha senhora D. Maria Pia, dama da ordem de S. João de Jerusalém, e 9.ª senhora do ofício de correio-mor do Reino. Serra Gomes naturalizou-se português em 14 de fevereiro de 1861, e por decreto passado nessa data foi feito conde de Penafiel, pelo seu casamento. Por decreto de 5 de fevereiro de 1869 teve o título do marquês de juro e herdade, assim como sua mulher, sendo pouco depois eleito par do Reino. 

Possuidores duma fortuna avultadíssima, os marqueses de Penafiel souberam sustentar a grandeza da sua fidalguia, transformando completamente o antigo palácio do Correio-Mor, solar do 1.º conde, numa habitação principesca, onde a arte e o bom gosto tiveram o seu culto. A frente do palácio, que primitivamente era voltada ao sul, para a rua das Pedras Negras, tendo a retaguarda para o largo onde existiu a igreja paroquial de S. Mamede, que o terramoto de 1755 destruiu, foi em 1865 voltada para o norte, ficando a entrada principal para o antigo largo de S. Mamede, onde se vê hoje a meia laranja, denominada largo do Correio Mor. O 1.º conde de Penafiel foi quem edificou este palácio, os marqueses, indo depois fixar a sua residência em Paris em 1874, venderam em leilão toda a riquíssima mobília, em dezembro de 1875. Naquele palácio se realizaram esplêndidas festas, bailes sucessivos e sumptuosos, para que eram convidadas as pessoas reais, que a alguns assistiram. Em 1880, Fontes Pereira de Melo convidou o marquês de Penafiel para ministro de Portugal na corte de Berlim, então legação de segunda classe, lugar que aceitou, e foi ocupar, desempenhando-se dele com a mais reconhecida competência dum verdadeiro e respeitável diplomata. Uma das mais importantes comissões que desempenhou no alto cargo que exercia, foi por ocasião da conferência de Berlim, em 1885, em que tomou parte nos trabalhos da conferência com o conselheiro António de Serpa Pimentel e Luciano Cordeiro, delegados do governo português. Foi ele que assinou, por parte de Portugal, a convenção dos limites portugueses no Congo, tratada por intervenção da França com a Associação Internacional Africana. É hoje 3.º conde e 2.º marquês de Penafiel o sr. Manuel António Maria da Serra Freire Belford Gomes da Mata de Sousa Coutinho, que nasceu a 9 de fevereiro de 1862, oficial-mor da Casa Real, comendador da Ordem de Cristo, cavaleiro da de Malta, bacharel em letras e licenciado pela Universidade de Paris, secretário da legação de Berlim.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume V, pág
. 532.

Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
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