Portugal - Dicionário

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
O Portal da História Dicionário > João Baptista Schiappa de Azevedo
João Baptista Schiappa de Azevedo
João Baptista Schiappa de Azevedo

Schiappa de Azevedo (João Baptista).

 

n.     24 de junho de 1828.
f.     
 11 de agosto de 1882.

 

Engenheiro.

Nasceu em Lisboa a 24 de junho de 1828, onde também faleceu a 11 de agosto de 1882.

Era filho de José Pedro Schiappa de Azevedo, descendente de um dos irmãos genoveses Pedro e João Baptista Schiappa Pietra que em 1765 vieram para Portugal, sob o impulso do marquês de Pombal, afim de estabelecerem uma fábrica de serralharia. Estudou as disciplinas de instrução primária e secundária, revelando desde muito novo grande inteligência, e quando em 1845 ou 1846 lhe faleceu seu tio João Francisco Regis Schiappa de Azevedo, que era empregado no tesouro público, foi Schiappa de Azevedo, em atenção aos serviços e merecimentos desse seu parente, admitido como amanuense na mesma repartição. Em atenção ainda a seu tio foi-lhe permitido continuar o curso da escola Politécnica onde se havia matriculado em 1844 devendo, porém, nas horas que lhe sobrassem das aulas ou nos dias em que as não houvesse, ir fazer o serviço no tesouro. Apesar de todas as contrariedades e à custa de grandes esforços e de uma decidida tenacidade e perseverança concluiu o curso de engenharia e frequentou ainda a cadeira de montanistica e docimasia, que nessa época se criou na Escola Politécnica , sendo um dos primeiros em Portugal a adquirir essa habilitação. Concluídos esses estudos e sendo já 3.º oficial do tesouro , passou em 1855 para o ministério das obras públicas, e havendo-se relacionado nos últimos anos de escola com Carlos Ribeiro e com Delgado, que se dedicavam aos estudos geológicos, foi por eles levado a entregar-se ao ramo de minas e, pedindo para entrar nessa especialidade, foi como adjunto a Carlos Ribeiro, ainda em 1855, visitar algumas minas no Alentejo. Continuando ao serviço do ministério foi nomeado inspector de minas, tendo por isso de montar o serviço de lançamento do imposto sobre o rendimento das minas. Em 1858 ou 1860 foi incumbido de estudar em Espanha a mineração do ferro, quando se estabeleceram as inspecções permanentes dos distritos mineiros foi nomeado chefe do distrito do norte, fez parte da comissão do júri da exposição universal do Porto, e em 1866 nomeado para fazer da comissão encarregada do estudo da hidrologia do reino. Em 1880 foi escolhido para chefe da repartição das minas e desempenhando esse lugar até 1881, passou então para a junta de obras públicas. Desde 1878 regia a cadeira de mineralogia e geologia do Instituto Industrial; publicou com os outros membros da comissão de hidrologia um relatório sobre a geologia do Minho e Trás-os-Montes; sendo relator duma comissão encarregada de propor o método a adoptar na arqueação e medição dos navios, escreveu e imprimiu sobre esse assunto um trabalho muito interessante, e foi  ele quem iniciou os trabalhos duma carta minerográfica de Portugal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume VI, pags. 765-766.

105Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2015 Manuel Amaral