Era mais conhecido pela abreviatura do seu nome, Leonardo Torres, sendo filho de Justino Moreira da Costa Torres, e descendente da nobre família dos Pegas. Dedicou-se à medicina, cursando a referida Escola Médica, defendendo tese a 22 do julho de 1872, a qual se publicou nesse mesmo ano, com o título: Algumas palavras acerca da alimentação como meio terapêutico nas doenças agudas, casos de ferimento e operações. No 1.º ano do curso assentou praça na armada para seguir a carreira de médico naval e concluída a sua formatura partiu para África a fazer a estação de Angola. Não concluiu porém, esta estação, desistindo da carreira de médico naval, pelo que indemnizou o estado com 800$000 reis. Regressando a Lisboa dedicou-se à clínica particular, mas o seu espírito irrequieto e activo não se limitou simplesmente à vida de clínico, e envolveu se na política, que era, a sua paixão: A sua palavra inspirada e eloquente arrebatava os auditórios, quer em comícios quer em conferências públicas. Era grande a sua popularidade, porque estava sempre ao lado do povo, com as convicções da sua alma generosa e boa, pugnando pelas regalias públicas, pela dignidade da pátria, pela regeneração da sociedade portuguesa, pelo trabalho nacional. Este último mereceu-lhe especial atenção, pois foi um dos fervorosos defensores do proteccionismo à indústria portuguesa e sobre, este assunto escreveu e discursou largamente. Foi notável a campanha que ele fez, quando a Câmara Municipal de Lisboa pôs a concurso a iluminação da cidade, e desse concurso resultou ficar vencida a antiga Companhia Lisbonense de Iluminação a Gás, de que o Dr. Leonardo Torres era um dos directores. Os factos vieram dar-lhe razão, pois empregou todos os seus esforços para evitar a fusão das duas companhias, que mais tarde se realizou. O Dr. Leonardo Torres foi um doa sócios mais prestantes da Sociedade de Geografia de Lisboa; colaborou em diversas publicações, principalmente em assuntos económicos e sociais.

Escreveu: A defesa do trabalho nacional, Porto, 1879. É a colecção de artigos que, sob o título de Pautas aduaneiras, publicada antes no jornal Actualidade, do Porto, em 1878 e 1879.