SINOPSES DAS CRUZADAS

A Segunda Cruzada,
(1147 - 1149 - 1189)

Segunda Cruzada

O imperador Conrado III e o rei de França Luís VII durante a 2.ª Cruzada.

 

A queda de Edessa e a 2.ª Cruzada

Com a morte do rei de Jerusalém Foulques I, também conhecido como Foulques V de Anjou, em Novembro de 1143, a coroa passou para o seu filho Balduíno III. Como este era menor, a regência foi assegurada pela mãe Melisanda de Bolonha (1143 - 1152). O atabaque Zangi aproveitou esta menoridade para atacar e capturar Edessa, capital do condado franco deste nome em Dezembro de 1144. 

Zangi, tendo sido  assassinado pouco tempo depois, o antigo conde de Edessa, Jocelino II conseguiu, com a conivência da população arménia, retomar a cidade, em Outubro de 1146, mas o sucessor do atabaque de Alepo, o seu filho Nur ed-Din, acorreu à frente das suas forças e conquistou definitivamente Edessa, em 3 de Novembro de 1146. O conde Jocelino conseguiu escapar, mas população arménia foi severamente castigada pela sua lealdade para com os francos. A cidade, que era de facto uma colónia arménia, passou a ser uma cidade predominantemente turca, já que a população arménia foi massacrada ou obrigada a emigrar. Na continuação da luta contra os principados francos, Nur ed-Din capturou, no ano seguinte, o castelo de Artésia ao príncipe de Antioquia.

Dos quatro estados francos do Médio Oriente só restavam três. Os muçulmanos, em vias de criarem um estado forte na Síria, conseguiam pela primeira vez fazer frente à conquista da Terra Santa pelos «Francos», e obrigar a recuar os estados francos para a zona costeira. 

Estes graves acontecimentos na Terra Santa provocaram a proclamação da 2.ª Cruzada pelo Papa Eugénio III, por meio de uma Bula que dirige à nobreza francesa e a Luís VII, expedição que foi pregada por São Bernardo de Claraval na recém construída igreja da abadia beneditina de Vézelay, no Norte de França, importante local de peregrinação devido às relíquias de Santa Maria Madalena. O imperador Conrado III e o rei de França Luís VII, de acordo com a vontade de São Bernardo, colocaram-se à frente do movimento. De facto, ao contrário da 1.ª, a 2.ª Cruzada foi uma cruzada de soberanos. As duas expedições dirigiram-se separadamente para a Terra Santa pelo caminho habitual, atravessando a Hungria e os Balcãs até Constantinopla, onde chegaram entre Setembro e Outubro de 1147. Mas suas relações com os bizantinos foram muito más, e não conseguiram obter apoio do Império.

Conrado foi quem primeiro atravessou o estreito e passou para a Ásia  Menor onde foi  atacado pelos Turcos seljúcidas na região de Dorileia, em Outubro de 1147. Tendo sofrido perdas muito perdas recuou para Niceia. Luís VII foi pelo litoral da Anatólia, mas em Janeiro de 1148 foi cercado pelos turcos nos desfiladeiros de Pisidia e perdeu também muita gente. Conseguiu chegar ao porto de Adalia, e embarcou em direcção a Antioquia com a cavalaria. A infantaria, que tentou continuar por terra, foi massacrada pelos Turcos em Fevereiro.

O príncipe de Antioquia Raimundo de Poitiers quis que o rei de França atacasse Nur ad-Din, atabaque de Alepo, o principal inimigo dos Francos, mas Luís VII recusou-se e partiu para Jerusalém onde encontrou Conrado III. Os dois soberanos europeus foram cercar Damasco, um objectivo secundário, e ainda por cima até à pouco tempo cidade aliada dos Francos contra Zangi. O cerco foi um fracasso sendo levantado em fins de Julho de 1148.

A 2.ª Cruzada dirigida incompetentemente acabou num fracasso total, e fazer nascer a ideia de que a cruzada poderá não ser uma obra piedosa. 

Logo que os Cruzados saíram da Palestina Nur ed-Din venceu e matou Raimundo de Poitiers em Ma'arrathâ, em 29 de Junho de 1149, e conquistou ao principado de Antioquia todas as fortalezas para lá do Orontes. 

O condado de Edessa estava definitivamente perdido e o principado de Antioquia ficou reduzido a metade do seu antigo território.

 

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Fontes principais:

AAVV,
As Cruzadas (1096-1270),
Lisboa, Pergaminho, 2001

Tate, George,
L'Orient des Croisades,
Paris, Gallimard («Découvertes»), 1991

Heers, Jacques,
O Mundo Medieval,
Lisboa,  Edições Ática, 1976

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