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O 1.º marquês de Angeja
O 1.º marquês de Angeja

Angeja (D. Pedro António de Noronha de Albuquerque, 2.º conde de Vila Verde, 1.º marquês de).

 

n.      13 de junho de 1661.
f.       16 de julho de 1731.

 

Era o 13.° senhor de Vila Verde, e dos lugares de Lapaduço, Portela do Sol, Rechaldeira, e das vilas de Angeja, Bemposta e Pinheiro, dos lugares de S. Martinho de Salreu, Fermelãs, Fermelainha, Canelas, Pinheiro a Branca, alcaide-mor e comendador de Aljezur, na Ordem de S. Tiago, e de Santa Maria de Penamacor, e do prestimónio de S. Salvador de Moucos, todas na Ordem de Cristo; e dos padroados de S. João da Praça de Lisboa, e da paróquia de Vila Verde, e dos mosteiros de N. Sr.ª dos Anjos da referida vila e de Santo António, de Aveiro; vedor da fazenda, do Conselho de Estado e de Guerra, mordomo-mor da princesa do Brasil.

Nasceu a 13 de junho de 1661, faleceu a 16 de julho de 1731. Era filho de D. António de Noronha, 1.º conde de Vila Verde, e de sua mulher, D. Maria de Meneses, filha de D. Duarte Luís de Meneses, 3.º conde de Tarouca, e da condessa D. Luísa de Faro, filha de D. Estêvão, conde de Faro.

D. Pedro de Noronha passou à Índia no ano de 1692, como vice-rei, e voltou no ano de 1699. Foi depois general da cavalaria da província do Alentejo, mestre de campo general, e com este posto esteve na gloriosa campanha de 1706, em que o nosso exército, comandado pelo marquês das Minas, ocupou Madrid, tomando o marquês grande parte; depois de várias campanhas, voltando ao reino, do principado da Catalunha, foi no ano de 1710 comandar o Exército do Alentejo com o cargo de governador das armas daquela província, em 1713 teve a nomeação de vice-rei e capitão general de mar e terra, com intendência e superioridade em todas as capitanias da América, donde voltou no ano de 1718.

Casou em 1676 com D. Isabel Maria Antónia de Mendonça, filha de Henrique de Sousa Tavares, 1.º marquês de Arronches, 3.º conde de Miranda, governador da Relação do Porto, do Conselho de Estado, senhor da casa de Sousa, e de sua mulher, D. Mariana de Castro. O título de marquês foi concedido por D. João V, em carta régia de 21 de janeiro de 1714.

A casa de Angeja tem a varonia de Noronha, que se deduz na seguinte forma: D. Henrique II de Castela teve um filho, chamado D. Afonso, que foi conde de Gijon e Noronha, e casou com D. Isabel, filha de D. Fernando, rei de Portugal. Celebrou-se o casamento em Burgos no ano de 1378, sendo esta aliança um dos artigos da paz, que os monarcas D. Henrique e D. Fernando então celebraram. Entre os muitos filhos que nasceram desta união, houve um, D. Pedro de Noronha, arcebispo de Lisboa, falecido a 20 de agosto de 1452. De D. Branca Perestrelo, mulher de nobre condição, também teve filhos, entre os quais se conta D. Pedro de Noronha, alcaide-mor de Óbidos, comendador-mor da Ordem de S. Tiago, mordomo-mor do rei D. João II, de quem foi embaixador de obediência ao papa Inocêncio VIII, no ano de 1485, e casou com D. Catarina de Távora, filha de Martim de Távora, reposteiro-mor de D. Afonso V. Desta união nasceram três filhos: D. Henrique de Noronha, que foi comendador-mor da Ordem de S. Tiago, de quem procedem os condes dos Arcos; D. Martinho, de Noronha donde descende a casa de Angeja, e D. Guiomar de Noronha, que casou com o senhor de Unhão, Rui Teles de Meneses. D. Martinho, que era terceiro neto por varonia dos reis D. Henrique e D. Fernando, foi senhor do Cadaval, casou com D. Guiomar de Albuquerque, filha herdeira de Fernão de Albuquerque, senhor de Vila Verde, e por este casamento passou esta vila aos Noronhas. Deste consorcio nasceu D. Pedro de Noronha, senhor de Vila Verde, vedor da casa da rainha D. Catarina, mulher de D. João III, e depois vedor da sua fazenda, o qual casou com D. Violante de Noronha, filha de Francisco da Silveira, senhor das Sarzedas, caudel-mor; e foi seu filho D. Pedro de Noronha, senhor de Vila Verde, que de sua segunda mulher D. Catarina de Ataíde, filha de D. Francisco da Gama, 2.º conde da Vidigueira, almirante da Índia, teve D. Francisco Luís de Noronha de Albuquerque, apelido que tomou pela pretensão de suceder ao morgado de Afonso de Albuquerque; foi este o oitavo senhor de Vila Verde, comendador de Aljezur na ordem de S. Tiago; casou com sua sobrinha, filha herdeira de D. Manuel de Sousa e Távora, e de sua irmã D. Brites de Ataíde. Deste matrimónio nasceu D. Pedro de Noronha e Sousa, nono senhor de Vila Verde, comendador e alcaide-mor de Aljezur na Ordem de S. Tiago, que foi casado com D. Juliana de Noronha, que veio a ser herdeira, por mercê de D. Afonso V, dos bens da coroa de seu irmão, Francisco Moniz, conde da Bemposta, senhor de Angeja, a filho de Vasco Moniz, 4.º senhor de Angeja, Bemposta, Assequins, Figueiró de Pinheiro. Foi este o pai de D. António de Noronha, 1.º conde de Vila Verde, e avô do 1.º marquês de Angeja. 

O brasão de armas é um escudo esquartelado, no primeiro quartel as armas reais portuguesas; no segundo as de Castela, mantelado de prata, e dois leões de púrpura batalhantes, e uma bordadura composta de ouro, e veiros de cor azul, e assim os seus alternos. 

O senhorio de Vila Verde foi concedido a 7 de junho de 1396, e o de Angeja a 9 de setembro de 1496.O padroado da igreja de S. João da Praça, de juro a herdade, foi mercê feita a pedido do cardeal Sousa, arcebispo de Lisboa, para seu sobrinho o conde de Vila Verde, a 20 de julho de 1699.

 

 

Genealogia de D. Pedro de Noronha, 1.º marquês de Angeja
Geneall.pt

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume I, pág. 542

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