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O Portal da História Dicionário > D. Teodósio II, 7.º duque de Bragança
Duque D. Teodósio II
O duque D. Teodósio, por Duprà

Bragança (D. Teodósio II, 7.º duque de).

 

n.       28 de abril de 1568.
f.        29 de novembro de 1630.

 

Era filho de D. João I, 6.º duque deste título, e de sua mulher e prima, D. Catarina, casada com o infante D. Duarte, filho do rei D. Manuel.

Nasceu em Vila Viçosa a 28 de abril de 1568; faleceu a 29 de novembro de 1630.

Foi educado por Fernão Soares Homem e António de Castro, sob a direcção de sua mãe e do seu aio D. Luís de Noronha. Contando apenas dez anos de idade acompanhou D. Sebastião a África na fatal expedição de 1578. Apenas ali chegou, D. Teodósio, armado em guerra e a cavalo, seguiu o rei nos primeiros recontros com os infiéis; mas, aumentando o perigo, o monarca ordenou-lhe que se recolhesse no seu coche. Contrariado com esta ordem dirigiu uma fervorosa suplica a D. Sebastião, mas não foi atendido, apesar de ser muito louvado o seu procedimento. D. Teodósio teve de obedecer, mas quando se deu a batalha de Alcácer Quibir, e o combate se tornou mais renhido, o pequenino guerreiro não pôde conter-se, e a despeito de todas as proibições montou a cavalo, e seguido pelos seus, uniu-se a D. António, prior do Crato, e tomou parte na peleja, onde foi ferido na cabeça e ficou prisioneiro, assim como um grande numero dos seus servidores. O duque D. João, seu pai, mandou Jorge de Lemos tratar do resgate e D. Filipe de Espanha escreveu ao rei de Marrocos, que afinal deu a liberdade à criança sem nada aceitar. O duque pagou então o resgate de todos os servidores à custa duma quantia importantíssima e de presentes valiosos.

D. Teodósio saiu do cativeiro em agosto de 1579, mas os espanhóis que desejavam conservá-lo longe do reino, com falsos pretextos lhe fizeram demorar a viagem, de sorte que ao chegar a Gibraltar, logo recebeu a noticia da morte do cardeal-rei. Indo depois a S. Lucar visitar o duque de Medina Sidónia, foi recebido com pomposas festas, obrigando-o por este meio a conservá-lo fora de Portugal. Os duques de Bragança; compreendendo a razão de todas estas demoras, queixaram-se, e o monarca castelhano ordenou positivamente que, deixassem seguir D. Teodósio, e quando chegou a Portugal, D. Filipe o acolheu com todas as honras e distinções. Em 1589 defendeu Lisboa contra a expedição de D. António e de Drake, e fortificou os pontos da costa que ficavam nas suas terras para resistir à armada inglesa, serviços estes que D. Filipe muito lhe louvou e agradeceu.

O duque casou a 17 de junho de 1603 com D. Ana de Velasco, filha de João Fernandes de Velasco, condestável de Castela, 6.º duque de Frias, conde de Haro, marquês de Berlengo, camareiro-mor do rei, dos conselhos de Estado, guerra e marinha, governador de Milão e presidente do conselho de Itália. Deste consórcio nasceu D. João, que foi o 8.º duque de Bragança e o 21.º rei de Portugal; o infante D. Duarte que faleceu estando prisioneiro na cidade de Milão (V. estes nomes); D. Catarina, que morreu em tenra idade, e D. Alexandre, também falecido ainda muito novo, em 1637.

 

 

 

 

Genealogia do 7.º duque de Bragança
Geneall.pt

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume II, págs.
463-464

105Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2012 Manuel Amaral