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Faria e Silva (Carlos Guilherme de).

 

n.       1818.
f.        14 de junho de 1881.

 

Inspector de saúde naval, cirurgião médico pela Escola Médico-cirúrgica de Lisboa, etc.

Nasceu em 1818 no lugar de Alviobeira, concelho de Tomar; faleceu a 14 de junho de 1881. Era filho de Tomás de Faria e Silva, facultativo da Armada, e de sua mulher, D. Carlota Guilhermina de Sales.

Matriculou-se na Escola Médico-cirúrgica de Lisboa e em 5 de outubro de 1836, e completou o curso a 2 de julho de 1841, publicando nesse ano a sua tese inaugural, com o título de: Considerações anatómico-patológicas sobre as lesões da medula espinal, acompanhadas de um caso destas enfermidades, observado na clínica da Escola. Por decreto de 13 de dezembro do referido ano de 1841 foi nomeado facultativo de 2.ª classe da Armada com a graduação de 2.º tenente. Em 20 de maio de 1842 teve ordem para servir a bordo da fragata D. Maria II, de viagem para Goa. Por portaria do governador geral da Índia, de 11 de janeiro de 1843, foi nomeado director interino do hospital de Damão, comissão que desempenhou até 15 de maio daquele ano, e por portaria desta data foi reger interinamente a 1.ª cadeira da Escola Médica de Goa, exercendo mais os cargos de delegado do físico-mor em Damão, director do hospital militar da fortaleza, e vogal do conselho de saúde pública. A portaria, do mesmo governador, de 29 de agosto, ainda de 1843 o nomeou para servir a bordo da fragata D. Fernando e Glória, passando depois à corveta Damão, de viagem para Lisboa.

Por determinação do Conselho de Saúde Naval de 27 de dezembro de 1844, foi encarregado de auxiliar o serviço sanitário do corpo do Batalhão Naval. Em 20 de abril de 1846 embarcou a bordo do brigue Serra do Pilar, fazendo dois cruzeiros na costa do norte de Portugal. Em 16 de junho foi nomeado para servir no impedimento do facultativo do Batalhão Naval; em dezembro, para auxiliar o tratamento dos feridos na batalha de Torres Vedras, realizada a 22 daquele mês, e naquela vila se conservou até fins de janeiro de 1847, em que regressou, acompanhando a última conduta que dali marchou para Lisboa. Nesta cidade demorou-se apenas algumas horas por ter sido nomeado para embarcar no brigue Audaz. Nos fins do ano de 1847 foi nomeado para servir a bordo do vapor Mindelo, durante a viagem a vários países do príncipe D. Pedro e de seu irmão, o infante D. Luís, duque do Porto, mais tarde os monarcas D. Pedro V e D. Luís I. Em 4 de maio de 1849 foi promovido a facultativo de 1.ª classe, com a graduação de 1.º tenente. Em março de 1851 recebeu a nomeação de embarcar no vapor Infante D. Luís, numa comissão a Londres. Em 28 de agosto de 1852 foi nomeado membro interino do Conselho de Saúde Naval. Em 3 de agosto de 1854 embarcou de guarnição no vapor Mindelo; em 12 de novembro de 1857 teve o encargo de ir a Porto de Mós inspeccionar o juiz de direito da comarca das ilhas de Goa; em 5 de dezembro seguinte foi nomeado para embarcar na galera Viajante, que conduziu o contingente de tropa para o Estado da Índia, e no dia 29 do referido mês teve a promoção de facultativo de divisão. Em 20 de junho de 1865 foi elevado à patente de capitão de fragata. Em 30 de dezembro de 1869 recebeu a nomeação de director interino do Hospital da Marinha, passando à efectividade em 10 de março de 1870. A 14 de junho de 1876 foi promovido a inspector de saúde naval, continuando no desempenho do lugar de director. Sendo em 8 de outubro de 1880 exonerado do cargo de director do hospital, ficou a exercer exclusivamente as funções de inspector de saúde naval, lugar em que se reformou com a graduação de vice-almirante, por decreto de 26 de novembro do referido ano.

Faria e Silva era cavaleiro das ordens de Cristo, de Nossa Senhora da Conceição e de S. Bento de Avis, sendo também comendador desta última ordem, distinções que lhe foram conferidas pelos bons serviços prestados no desempenho de importantes comissões de interesse público.

 

 

 

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume III, pág.
295

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