Joana de Portugal (D.).

n.      1438.
f.       1475.

Rainha de Castela, mulher de Henrique IV. 

Nasceu em 1438, faleceu em 1475. Era filha do rei D. Duarte I, e de sua mulher, a rainha D. Leonor. 

Casou em 1455 com o rei de Castela, que se desquitara de sua primeira mulher, e que já estava gasto pelos excessos da libertinagem. D. Joana era formosa e muito inteligente. Foi recebida com entusiasmo pelos castelhanos, que não tardaram, contudo, a desgostar-se, vendo o seu desdém pela etiqueta e a sua leviandade. Contraiu amores com o fidalgo D. Beltran de La Cueva, que se tornaram logo públicos, e serviram de fundamento até para as sublevações dos nobres castelhanos, que não queriam reconhecer como legítima filha do seu rei, e como legítima herdeira do reino, a princesa D. Joana, que consideravam filha de D. Beltran de La Cueva, e por isso a alcunhavam de Beltraneja. 

Henrique IV também dava grande escândalo na corte, pelos seus amores com D. Guiomar de Castro, dama portuguesa, que fora para Espanha no séquito da rainha. Tudo isto se debatia publicamente, e a desonra da rainha era a causa das revoluções espanholas. Em 1465 foi D. Joana à cidade da Guarda pedir socorro ao rei D. Afonso V, seu irmão, contra os inimigos do seu marido. D. Afonso recusou-se, e os rebeldes impeliram Henrique IV a declarar D. Joana como filha adulterina. D. Joana, durante a revolução, refugiou-se no castelo de Alvejos, e ali contraiu relações amorosas com um fidalgo, D. Pedro de Castela, de quem teve dois filhos, indo depois juntar-se de novo ao marido. Faleceu com trinta e sete anos de idade, pouco depois de ter enviuvado.