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O Portal da História Dicionário > D. Henrique de Sousa, 1.º conde de Miranda
D. Henrique de Sousa
D. Henrique de Sousa

 

Miranda (D. Henrique de Sousa, 1.º conde de).

 

n.      [ c. 1550 ].
f.   
     

 

Moço fidalgo, conselheiro de Estado, governador da Relação do Porto, comendador de Alvalade na Ordem de Cristo, senhor de todos os estados da antiquíssima casa de Sousa, que herdou de seu tio Diogo Lopes de Sousa, que morreu sem sucessão, sendo também herdeiro da casa de seu pai, e de seus avós paterno e materno; alcaide-mor de Arronches, comendador de Santa Maria de Vila Nova de Alvito, da ordem de Cristo, etc. 

Era filho de Vasco de Sousa, fronteiro em Safim, e de sua mulher, D. Guiomar da Silva. 

Em 1578 acompanhou a África o rei D. Sebastião, onde ficou cativo na batalha de Alcácer Quibir, e conseguindo depois resgatar-se à sua custa, regressou a Portugal. Nas alterações que se seguiram, conservou-se fiel aos governadores do reino, que acompanhou até Elvas, mas dentro em pouco tomou o partido do rei Filipe II de Espanha, que apenas entrou em Portugal lhe fez mercê da comenda de Alvalade, no campo de Ourique, da ordem de S. Tiago, e do cargo de governador da Relação do Porto, para o exercitar quando tivesse idade, como depois fez por espaço de quase doze anos, tendo por ele servido seu primo Pedro Guedes, senhor de Murça, que principiou a exercer o dito cargo a 4 de janeiro de 1583, conservando-se até 1591, ano em que Henrique de Sousa tomou posse, dando-se então a Pedro Guedes a presidência da câmara de Lisboa. D. Henrique de Sousa passou mais tarde à corte de Madrid, teve a nomeação de conselheiro de Estado e a mercê de conde de Miranda, de que se passou carta a 21 de março de 1611. O monarca castelhano também lhe fez mercê da alcaidaria-mor de Arronches, que vagara por morte de D. Aleixo de Meneses. 

Na ocasião em que D. António, prior do Crato, se apresentou com a armada inglesa nas costas de Portugal, que era governado pelo arquiduque Alberto, tomou o conde de Miranda à sua conta, com seus parentes e amigos, a ronda e cuidado da ponte de Alcântara, que guarneceu, até que a cidade de Lisboa ficou livre da ameaça da esquadra, que não conseguindo os seus intentos desistiu da empresa. 

O conde de Miranda casou com D. Mécia de Vilhena, filha e herdeira de Fernando da Silva, comendador de Alpalhão, e de sua mulher, D. Brites de Vilhena. Retirando-se para Aveiro, para descansar, afastou-se de todos os negócios políticos, declinando o seu lugar de governador da Relação do Porto em seu filho Diogo Lopes de Sousa, que já então havia sido agraciado com o mesmo título de seu pai, e faleceu naquela cidade, sendo o cadáver trasladado para o convento da Batalha.

 

 

 

 

Genealogia do 1.º conde de Miranda do Corvo
Geneall.pt

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume IV, págs.
1130-1131.

Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2015 Manuel Amaral