Portugal - Dicionário

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Távora (Rui Lourenço de).

 

n.       1556.
f.        1615.

 

Era filho do grande diplomata Lourenço Pires de Távora e irmão de Cristóvão e de Álvaro Pires de Távora. 

Nasceu em 1556, e em 1573 passou com seu irmão Álvaro a servir em Tânger, onde se portou com denodo e bravura. 

Em 1576 acompanhou seu avô, também chamado Rui Lourenço de Távora, que fora nomeado vice-rei da Índia, mas que morreu no caminho, e apesar desta desventura seguiu a viagem, e militou na Índia com muita intrepidez, comandando uma galé. Apenas constou na Índia que D. Sebastião tencionava passar a África, logo regressou ao reino, e em 1579 chegou só para saber as notícias do grande desastre de Alcácer Quibir, e da morte dos seus dois irmãos. Nomeado governador da Torre Velha pelo cardeal rei D. Henrique, aderiu prontamente a Filipe II. Quando governou Portugal o arquiduque Alberto, Rui Lourenço de Távora serviu com valor tanto na defesa de Sesimbra, ameaçada pelos ingleses, como na de Lisboa que os ingleses também chegaram a atacar. Nomeado primeiro capitão de Ceuta, e depois capitão de Tanger, nenhum dos governos pôde exercer por doença grave que teve, mas em 1595 foi nomeado governador do Algarve, lugar que exerceu sete anos, tendo muito trabalho para defender as cidades da costa contra as armadas inglesas que as assaltavam. Faro foi tomada e queimada pelos ingleses, que voltavam comandados pelo conde de Essex da feliz expedição de Cádis, mas Lagos, onde Rui Lourenço de Távora residia, manteve-se intemerata. 

Em 1608 foi nomeado vice-rei da Índia, e partindo para o seu governo, teve de se haver, durante os três anos que o exerceu, com as primeiras investidas dos ingleses e dos holandeses, que sempre repeliu, ao passo que estabelecia relações com o grão-Mogol, e que mandava tropas para conquistarem o Monomotapa, coisa que da corte lhe incumbiam com muita urgência. Substituído em 1612 por D. Jerónimo de Azevedo, demorou-se ainda algum tempo na Índia, regressando ao reino em 1613. Teve no caminho um encontro com umas naus holandesas, e chegando a Lisboa, morreu pouco depois, no ano de 1615, quando era pela segunda vez nomeado provedor da Misericórdia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,
Volume VII, págs. 54-55.

Edição em papel © 1904-1915 João Romano Torres - Editor
Edição electrónica © 2000-2016 Manuel Amaral