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             Valadim (Eduardo António Prieto). 
              
            n.      15
            de junho de 1855. 
            f.       janeiro de 1890.
               
            Tenente de infantaria. Nasceu em
            Lisboa a 15 de junho de 1855, sendo filho do vice-almirante
            reformado Eduardo Augusto Valadim e de D. Irene Adelaide Prieto
            Valadim.  
            Entrou para o Colégio Militar aos
            dez anos de idade, onde fez o curso secundário, indo depois de
            concluídos os estudos, assentar praça no antigo Batalhão de
            Caçadores n.º 2, sendo logo despachado 1.° sargento aspirante a
            oficial. Seguidamente matriculou-se na Escola do Exército, cujo
            curso não concluiu, sendo despachado alferes para o Ultramar em 26
            de novembro de 1884, indo servir na província de Moçambique, para
            onde partiu em 22 de fevereiro de 1885.  
            Chegado a Moçambique foi nomeado
            ajudante do conselho governativo, e, depois, do governador-geral, o
            conselheiro Augusto de Castilho. Durante o governo do aludido
            governador percorreu quase toda a província, fez uma viagem a
            Manica pelo sertão, tomou parte na guerra dos Vátuas, foi com o
            governador a Zanzibar e fez parte da expedição que tomou a baía
            de Tungue. Em 1888 regressou ao reino por motivo de doença,
            partindo de novo, ainda convalescente, para Moçambique, em
            fevereiro de 1889. Chegado a Moçambique foi nomeado chefe de uma
            expedição ao régulo da Mataca, nos sertões de Cabo Delgado, a
            qual não se pode concluir por falta de carregadores. Em 13 de junho
            de 1889 foi promovido a tenente e por esse tempo condecorado pelos
            seus serviços em África com o grau de cavaleiro da ordem de
            Cristo.  
            Em outubro de 1889 partiu para
            Quelimane acompanhado pelo aspirante da alfândega de Moçambique,
            José Tomás de Almeida, e por cinquenta pretos landins armados e
            duzentos e cinquenta carregadores, a fim de estabelecer
            missionários em Maponda: e dali dirigiu-se á Cuirassia, a dar
            posse do governo militar ao tenente Marques Lourenço. Concluídos
            estes serviços partiu para a Mataca, próximo ao Niassa, a fim de
            entregar um presente ao régulo dali e procurar avassalá-lo. Chegou
            à Mataca, segundo se crê, nos fins de janeiro de 1890, sendo bem
            recebido pelo régulo, a quem entregou o presente, içando então a
            bandeira portuguesa. Pouco depois, segundo o testemunho de alguns
            pretos, querendo um grupo de negros do régulo arriar e rasgar a
            bandeira, o tenente Valadim opôs-se a que tal desacato se fizesse,
            chegando a repelir os mais audazes; não tardou, porém, que se
            visse atacado por grupos numerosos de negros, que bem depressa o
            dominaram e martirizaram de todos os modos, até que o próprio
            régulo o degolou. O aspirante Almeida, bem como os cinquenta homens
            da escolta, foram todos mortos, e os duzentos e cinquenta
            carregadores vendidos como escravos. A origem deste trágico
            acontecimento foram intrigas de uns árabes que persuadiram os
            negros e o próprio régulo de que a expedição do infortunado
            tenente tinha por fim destroná-lo, aprisioná-lo e levá-lo para a
            costa. A cena passou se em Muembue. À expedição, fraca para ser
            de guerra, era todavia, bastante aparatosa para não ser tida por
            pacífica.  
            O tenente Valadim contava por esse
            tempo vinte e cinco anos incompletos. Era geralmente benquisto em
            Portugal, ilustrado e de fino tato. A sua morte foi muito lastimada.
            A ela se referiram com palavras sentidas todos os jornais, quer
            noticiosos, quer políticos. Também na câmara dos deputados se
            votou por unanimidade uma proposta de sentimento, mandada para a
            mesa por Costa Lobo. Algumas câmaras municipais deram o nome de
            Tenente Valadim a vias públicas. 
                  
             
              
              
              
             
              
            
              
                  
              
             
              
              
             
              
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