Duque de Wellington

 

 

Wellington Wellesley, Arthur
1º duque de Wellington, marquês do Douro, marquês e conde de Wellington, visconde Wellington de Talavera e de Wellington, barão do Douro ou Wellesley

n: 1 de Maio de 1769 em Dublin (Irlanda)
m: 14 de Setembro de 1852 no Castelo de Walmer (Inglaterra)

 

Filho de Garrett Wesley, conde de Mornington e de Anne Hill, filha do visconde de Dungannon, nasceu em Dublin, e segundo o próprio, em 1 de Maio de 1769. Foi para Eton em 1781, mas pouco tempo se demorou lá, devido à morte do pai, em Maio de 1781, quase falido. Vivendo em Bruxelas com a mãe, entrou, em 1786, na Academia Real de Equitação de Angers, em França preparando-se para o serviço militar, já que a mãe achava que ele só serviria como "carne para canhão". A academia era uma espécie de escola militar, onde se aprendia fundamentalmente equitação, dança, esgrima e francês - boas maneiras, por junto - considerados atributos fundamentais para um bom oficial.

Em Março de 1787 foi nomeado alferes no 73.º Regimento de Infantaria de Highlanders, da Escócia, sendo rapidamente nomeado ajudante-de-campo do governador da Irlanda. Quando o seu regimento foi enviado para as Antilhas, uma região pouco saudável, conseguiu transferência para o 41.º regimento adquirindo o posto de tenente. Em Junho de 1789 era oficial do 12.º Regimento de Dragões Ligeiros. No ano seguinte foi eleito para o Parlamento Irlandês, e conseguiu o posto de capitão no 58.º Regimento de Infantaria. Transferiu-se imediatamente para o 18.º Regimento de Dragões Ligeiros, continuando ajudante-de-campo do novo governador da Irlanda. Em Abril de 1793 conseguiu angariar dinheiro suficiente para adquirir o posto de major no 33.º Regimento de Infantaria (1st West Riding Regiment). Sete meses depois era tenente-coronel do regimento, o último posto possível de aquisição no mercado de promoções e transferências do Exército Britânico; sete anos depois de entrar ao serviço, com 24 anos de idade e praticamente nenhum tempo de serviço. No comando do seu regimento, em Junho de 1794, desembarcou nos Países Baixos para reforçar as forças empenhadas na desastrosa expedição comandada pelo duque de Yorck desde 1793. Teve o seu baptismo de fogo em Setembro de 1794 e regressou à Grã-Bretanha em Março de 1795. Tinha aprendido "o que não fazer, e isso é sempre alguma coisa."

Decidiu acompanhar o seu regimento numa expedição às Caraíbas que regressou devido a ventos contrários, sendo então enviado para a Índia. Entretanto, tinha sido promovido a coronel, por antiguidade, em 3 de Maio de 1796. Chegou a Calcutá em Fevereiro de 1797. Em Maio de 1798 recebeu o seu irmão mais velho, Richard Wellesley - a nova grafia do nome da família -, feito marquês Wellesley, em Madras, enquanto governador-geral da Índia.

As intenções do irmão de aproveitar a guerra na Europa para expandir o domínio britânico na Índia, permitiram a Arthur Wellesley ascender ao generalato. Participou, logo em 1799, na campanha contra o sultão Tipu, O Tigre de Misore, sendo nomeado governador de Seringapatan, a capital do potentado, após a sua conquista em Abril. Em 1802, já major-general, foi responsável pela luta contra os potentados maratas que tinham deposto Baji Rau, fundador da dinastia dos Pexuás e organizar da Confederação Marata, tornado, por necessidade, aliado da Companhia das Índias Orientais. A batalha de Assaye, em 23 de Setembro de 1803, e o combate de Argaum, em 29 de Novembro decidiram a contenda. A guerra retomou em 1804, mas o general pediu para regressar à Europa. Em 1 de Setembro foi feito cavaleiro da Ordem do Banho, no dia 10 seguinte desembarcou em Dover.

Na Índia aprendeu a profissão militar e percebeu a importância primordial da logística, a necessidade de boas informações, a importância da instrução e da disciplina na aplicação das tácticas de combate e a necessidade de oficiais empenhados. Mas também, a importância de informar tanto os seus superiores como os seus inferiores das suas intenções. Pessoalmente, decidiu dedicar-se de corpo e alma à sua profissão: já tinha abandonado o violino, agora decidiu tornar-se "abstémio", não bebendo mais de que uma garrafa de vinho por dia, e atleta - fazendo exercício físico diário - ao andar decididamente cerca de cinquenta metros em frente à tenda, ao levantar-se.

Regressado à Europa, rico devido à distribuição do saque apreendido aos seus opositores indianos, decidiu pedir em casamento, pela terceira vez, Catharine Pakenham, já que os anteriores tinham sido recusados pela família, devido à sua periclitante, mas passada, situação financeira. Conseguiu participar na inútil campanha de finais de 1805 ao Norte da Europa, contra a opinião do duque de Iorque que até ao fim da vida nunca reconheceu Wellesley como um general capaz. Nomeado comandante de uma brigada no Sul de Inglaterra, regressou à política, defendendo nos Comuns a actuação do irmão na Índia. Em 1807, com o regresso dos amigos de Pitt ao poder, foi nomeado secretário para a Irlanda, um posto que o fazia membro do Gabinete Britânico. Em Agosto conseguiu ser nomeado comandante de uma divisão na expedição contra a Dinamarca, tendo limpo a Zelândia de tropas milicianas dinamarquesas, o que permitiu o cerco e bombardeamento de Copenhaga. Devido à sua actuação na campanha foi promovido a tenente-general em 25 de Abril de 1808.

A revolta ibérica encontrou-o na Irlanda, no seu posto político, ao mesmo tempo que comandava uma força, que em princípio devia dirigir-se para a Venezuela. Nomeado comandante da força expedicionária enviada para Espanha, acabou por desembarcar na foz do Mondego, organizar o seu comando e vencer as forças francesas, sempre em menor número, que se lhe opuseram. A incapacidade de vencer decisivamente o exército de Junot no Vimeiro, impôs a assinatura de uma convenção, assinada em Torres Vedras, e enviada para Londres de Sintra.

O governo e o exército portugueses lutaram contra a convenção, mas descobriram em Arthur Wellesley um general capaz de compreender que Portugal seria um aliado indefectível da Grã-Bretanha na península Ibérica e da necessidade de apoiar Portugal, sem reservas, na sua luta contra a França napoleónica. Foi convidado, em Novembro de 1808, pela Regência, para tomar o comando do Exército português, antes da comissão de inquérito nomeada para analisar a actuação dos diferentes comandantes da expedição a Portugal se reunir. Em 21 de Abril de 1809, quando desembarcou em Lisboa para ajudar Portugal a expulsar o exército de Soult, foi nomeado marechal-general do Exército Português. Será sempre conhecido em Portugal por "Douro", o título de barão que lhe foi atribuído em Setembro de 1809, ao mesmo tempo que o de visconde Wellington.

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Bibliografia:

Elizabeth Longford, Wellington, 2 vols., Londres, Weinfeld and Nicolson, 1972. 

Richard Holmes, Wellington, the Iron Duke, Harpers Collins, 2003

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