"Prevejo um ano de desordem à escala Mundial"

Germaine Soleil
Madame Soleil

Tradução da entrevista dada à revista «Newsweek» em finais de 1973 por Germaine Soleil. Uma das astrólogas mais conhecidas da época, devido ao seu inovador programa de rádio diário na estação francesa RTL, Madame Soleil, que tinha 60 anos, afirmava que tinha previsto tudo o que tinha acontecido desde a Guerra dos 6 Dias, em 1967, até aos problemas de Nixon derivados do escândalo Watergate. A sua lista de clientes incluía de tudo, desde pessoas  apaixonadas ansiosas por saber se os seus companheiros eram astrologicamente compatíveis, até chefes de estado reconhecidos internacionalmente. 

A história, assim como o jornalismo não têm, de facto, o dom da previsão, podem no máximo fazer prospectiva, o que deixa campo ao aparecimento das previsões astrológicas, devido à necessidade que a humanidade tem de diminuir as incertezas em relação ao futuro. 


Pergunta: 1974 vai ser muito diferente de 1973 ?

Resposta: Vai ser um ano que vai ter o mesmo impacto que o de 1914. Os fundamentos mesmo da sociedade vão ser postos em causa. Mas não se pode falar em termos de um único ano. São precisos 2.100 anos para o equinócio vernal mudar de uma posição do Zodíaco para a seguinte, a ocidente. O que estamos a presenciar é o fim da Idade dos Peixes e o princípio da Idade do Aquário.

P. 1914 marcou o começo de uma guerra mundial. Prevê uma situação semelhante em 1974 ?

R. Não. A mudança de ano é de natureza diferente. Algumas das mudanças já são evidentes: a súbita crise da energia - que previ há dois anos - e a súbita preocupação pela preservação das matérias primas. Tudo isto faz parte da nova Idade do Aquário. Saímos finalmente da era da civilização agrícola. Daqui por diante vamos passar a depender dos alquimistas - as pessoas que transformam as nossas matérias primas e adaptam as nossas fontes de  energia às nossas necessidades. Mas 1974, que marca de facto o começo da Idade do Aquário, será também notável por outro tipo de começo: o repensar em termos globais da maneira como os habitantes do mundo utilizam os recursos naturais. Finalmente alguma coisa irá ser feita em relação à diferença que separa os países ricos dos países pobres. Um tipo qualquer de autoridade mundial nascerá para gerir os recursos naturais.

P. Isto implicará uma vitória da ideologia Comunista ?

R. Não. Implica unicamente que qualquer que sejam as diferenças, o povo da terra e daqui a pouco tempo as pessoas a viver neste planeta considerar-se-ão o povo da terra e não só cidadãos de um dado país - terão de enfrentar juntos problemas comuns. Por esta razão, apesar das dificuldades presentes, vejo a unidade europeia desenvolver-se em 1974. Pode mesmo ser que se dêem passos tímidos para a criação de uma moeda comum Europeia.

P. O que se passará com o Presidente Nixon e o caso Watergate ?

R. A carta astrológica do Sr. Nixon e catastrófica. Ele não desistirá, mas pode não acabar o seu mandato presidencial. Vejo tanto ódio à volta dele que pode ser que ele seja obrigado a ir-se embora. Tornou-se um alvo a abater. Pode mesmo haver um atentado à sua vida.

P. E sobre outros dirigentes mundiais ?

R. Sei quem vai morrer no próximo ano. Mas nunca o digo em público. O que direi é que os anos de 1974 e 1975 irão presenciar uma verdadeira hecatombe de dirigentes mundiais. Haverá um enorme número de mortes.

P. Não pode ser mais específica ?

R. Bem, o maoismo irá manter-se após Mao, assim como a religião cristã se desenvolveu a seguir à morte de Jesus Cristo. Em França vejo vários distúrbios, eleições presidenciais não previstas, e possivelmente o fim da Constituição da 5.ª República. O que quer que aconteça a Constituição francesa será profundamente alterada. Willy Brandt terá sérios problemas no seu próprio país, e Indira Gandhi terá problemas sem precedentes na Índia. Falando de um ponto de vista astronómico, Edward Heath aparece bem, a pesar dos problemas actuais da Grã-Bretanha. E de todos os países do mundo, a Grã-Bretanha e a França, serão os países a ultrapassar a crise de 1974 em melhor situação.

P. E em relação às relações entre os sexos ?

R. O movimento de libertação da mulher diminuirá de importância. As mulheres irão compreender que são diferentes dos homens, e que têm qualidades complementares.

P. E para lá da política ?

R. Prevejo um número anormal de catástrofes para 1974 - terramotos, inundações, etc. - especialmente no Japão. Prevejo também a continuação do conflito do Médio Oriente. A unidade Árabe irá mostrar-se completamente ilusória, mas os confrontos ao longo da fronteira com Israel irão manter-se. Será um ano de desordens à escala global, confrontos e lutas - e os teatros mais importantes serão a América Latina, a Ásia e o Médio Oriente. Mas também vejo que irá haver mudanças políticas consideráveis em Espanha - que irá entrar num período de grande perturbação.

P. E sobre a cultura e a ciência ?

R. No sector artístico, sinto que estamos num período de aparecimento de novos talentos. No campo científico, estamos à beira de descobertas tremendas que irão revolucionar a astrologia - e torná-la mais respeitável. Mas por mais que o panorama para 1974 seja sombrio, a verdade é que a terra irá sobreviver, o bom senso triunfará, e - apesar do desconsolo que será 1974 - o povo da terra acabará o ano melhor que anteriormente.

 


O Mundo em 1974
Américas | Ásia | Europa | Portugal | E.U.A. | Médio Oriente

URSS | África | Cultura | Cronologia | Ciência | Apresentação
Soleil | Kissinger | Economia | Desporto


| Página Principal |
| A Imagem da Semana | O Discurso do Mês | Almanaque | Turismo histórico | Estudo da história |
| Agenda | Directório | Pontos de vista | Perguntas mais frequentes | Histórias pessoais |
| Biografias | Novidades | O Liberalismo | As Invasões Francesas | Portugal na Grande Guerra |
| A Guerra de África | Temas de História de Portugal | A Grande Fome na IrlandaAs Cruzadas |
| A Segunda Guerra Mundial | Think Small - Pense pequeno ! | Teoria Política |

Escreva ao Portal da História

© Manuel Amaral 2000-2010