Gerda Taro

 

 
Gerda Taro

Repórter fotográfica.

Nasceu em Estugarda, Alemanha, em 1 de Agosto de 1910; e morreu em Madrid, Espanha, em 26 de Julho de 1937.

 

Gerda Taro nascida Gerda Pohorylle, em Estugarda, Alemanha, era filha de um casal polaco de educação liberal e origem judaica. A família mudou-se para Leipzig quando Gerda tinha dezanove anos. Devido à crescente influência dos nacionais-socialistas e a um novo círculo de amigos, envolveu-se em organizações de esquerda locais, tendo sido presa em 1933 por participar numa campanha de protesto anti-nazi. Percebendo que era muito perigoso permanecer na Alemanha, foi viver para Paris.

Após um ano em Paris, tendo dificuldade em encontrar trabalho, Gerda conheceu o fotógrafo húngaro André Friedmann, que viria a mudar o seu nome para Robert Capa. Gerda e André passaram a viver juntos, tendo Gerda começado a gerir a componente empresarial do trabalho de Capra, e iniciando-se na fotografia. Trabalhou na agência Alliance Photo, o que lhe proporcionou uma experiência inestimável na área do fotojornalismoe e, em Fevereiro de 1936, obteve o seu primeiro cartão de jornalista. Gerda e André, frustrados com a falta de sucesso a vender as suas reportagens, criaram um fotógrafo americano fictício chamado Robert Capa, sob cuja identidade poderiam conseguir arranjar melhores contractos, ao contrário dos muitos emigrantes judeus do leste da Europa a viver em Paris. Gerda, por sua vez, mudou o seu apelido para Taro, utilizando o do artista japonês Taro Okamoto. Ambos os nomes tinham ressonâncias de Hollywood: Capa ecoando o cineasta norte-americano Frank Capra, e Gerda Taro recordando Greta Garbo.

Quando a Guerra Civil Espanhola foi desencadeada, em 17 de Julho de 1936, Capa e Taro foram imediatamente para Barcelona. A oportunidade de poder fazer fotografia de combate, conjuntamente com a participação numa causa de esquerda, que para os emigrantes Capa e Taro era simpática, foi uma oportunidade ímpar para o casal. Fotografaram muitas vezes em conjunto as mesmas cenas. Os seus retratos deste período são facilmente distinguíveis, pois usavam câmaras que produziam negativos de diferentes proporções – Taro o formato quadrado da Rollei, e Capa o rectangular da Leica. Além disso, o trabalho de Taro revela o seu interesse em experimentar a dinâmica de ângulos de câmara da fotografia da Nova Visão. Depois de fotografar em Barcelona, dirigiram-se para oeste e depois para sul, até Córdoba, onde Capa fotografou o seu famoso "Soldado Caindo", um miliciano republicano caindo para trás numa encosta, ao ser mortalmente atingido por uma bala.

Desde o início, as fotografias de Taro e Capa foram publicadas em revistas como a Vu, reputada revista francesa ou no Züricher Illustrierte da Suíça. Embora o trabalho tenha sido creditado inicialmente a "Robert Capa", era um projecto colectivo para o qual ambos contribuíram. Os álbuns com as impressões das folhas de contacto deste período mostram que a colaboração era clara: as fotografias de Taro e Capa não estão atribuídas, estando intercaladas, havendo reportagens composta pelos dois autores.

Capa e Taro regressaram a Paris no Outono tendo feito uma segunda viagem a Espanha em Fevereiro de 1937. As fotografias desta segunda viagem são mais difíceis de distinguir, uma vez que tanto Taro e Capa trabalharam no mesmo formato rectangular de 35 milímetros. Para além de que passaram a publicar as suas fotografias com o nome "Capa e Taro," como numa fotografia de página dupla publicada no semanário francês Regards sobre os combates em Madrid. Capa permaneceu apenas brevemente em Espanha, regressando a Paris no final do mês, enquanto Taro ficou. Parece que o seu romance tinha arrefecido, e Taro estava a ter sucesso individualmente na imprensa francesa de esquerda. A partir de Março de 1937, as fotografias publicadas no Regards e no jornal de esquerda apoiante da Frente Popular Ce Soir são creditadas como "Foto Taro". Algumas das fotografias mais impressionantes de Gerda foram tiradas na Primavera de 1937 num hospital e numa morgue a seguir ao bombardeamento de Valência. Taro parece ter-se adiantado à famosa afirmação de Capa de que "se as tuas imagens não são suficiente boas, é porque não estás suficiente perto ", com as suas fotografias de vítimas civis da guerra.

Em Julho, Gerda Taro cobriu, em Madrid, o Segundo Congresso Internacional de Escritores para a Defesa da Cultura e, em seguida, deslocou-se a Brunete, nos arredores da capital, para cobrir a luta para o Ce Soir. Durante duas semanas, Taro fotografou a batalha em redor da cidade. As suas imagens foram amplamente reproduzidas, em parte porque demonstravam que os republicanos estavam defendo Brunete, apesar de os nacionalistas afirmarem o contrário. Em 25 de Julho a posição dos republicanos vacilou, e Taro viu-se sozinha no meio de uma retirada precipitada. Saltou a correr para bordo de um veículo transportando vítimas, mas um tanque raspou no carro atirando Gerda Taro ao chão. A fotógrafa morreu no dia seguinte. O seu corpo foi tresladado para Paris, onde a fotógrafa foi proclamada mártir antifascista. O seu funeral, assistido por milhares de pessoas, realizou-se no dia do que teria sido o seu vigésimo sétimo aniversário.

Fonte:

Media release sobre a  exposição de Gerda Taro realizada entre 26 de Setembro de 2007 e 6 de Janeiro de 2008 pelo International Center of Photography. 

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