D. António Caetano de Sousa

 

D. António Caetano de Sousa

Genealogista. 

Nasceu em Lisboa em 30 de Maio de 1674;
morreu em 5 de Julho de 1759.


D. António Caetano de Sousa, clérigo regular teatino, nasceu em Lisboa, em 1674. A sua vida, que se extinguiu em 1759, decorreu na paz do claustro do Convento dos Caetanos, em Lisboa, onde professara aos 17 anos. Tendo cursado Filosofia, foi à História Eclesiástica que resolveu consagrar-se. Foi sua primeira tarefa continuar o Agiológio Lusitano, iniciado por Jorge Cardoso, que o levara até o terceiro tomo. Quando D. João V o soube, perante o monte de documentos a inventariar e aproveitar, inesperadamente lhe concedeu uma pensão de 100$000 réis para lhe tornar possível pagar um secretário idóneo. Foi, porém, em parte frustrada a sua diligência, porque a casa de Arronches, apesar da intervenção de D. João V, lhe negou o empréstimo dos manuscritos que do espólio de Jorge Cardoso, em grande parte disperso, ainda conservava. Nada mais pôde publicar do que o quarto volume - Agiológio Lusitano dos Santos e Varões ilustres em virtude do Reino de Portugal e suas Conquistas.  

Apesar do trabalho que aplicou a esta obra, de tão modestos resultados, não seria por ela, que o teatino poderia ficar na história das nossas letras com lugar e relevo que se lhe adequassem. Felizmente para ele e para a cultura nacional, fundada a Real Academia de História, em 1720, logo D. António foi nela recebido e estimulada sua erudição para fecunda actividade. Tendo recebido o encargo de escrever as Memórias eclesiásticas dos bispados ultramarinos incluindo os de Ceuta e de Tânger, até o tempo em que essas cidades deixaram de pertencer ao domínio português, não tardou a apresentar catálogos de bispados - Miranda, Baía, Cabo Verde. Um parecer desfavorável sobre trabalho do mesmo género apresentado pelo bispo de Sarsina, que, segundo seu reparo, mostrava desconhecer obra importante sobre a genealogia da casa real portuguesa, publicada em Amesterdão por Jacob Guilherme Inchoff, foi o que o determinou à obra monumental que lhe devemos - História Genealógica da Casa Real. Uma espantosa capacidade de trabalho pôde relacionar, através de treze volumes de texto e oito de provas, toda uma vasta erudição de notícias genealógicas, políticas, literárias, incluindo alguns documentos que não se poderia prever ali se encontrassem, como escritos de D. Duarte, alguns dos quais passaram ao Leal Conselheiro; o Itinerário do Conde de Ourém ao Concílio de Baviera ou a Oração dirigida a D. Afonso V por Vasco Fernandes de Lucena, etc.

A obra, que vivamente agradou a D. João V, teve pronta e magnífica publicação e por ela foi dada ao autor larga recompensa. Foi nomeado deputado da Junta da Cruzada e a seu sobrinho confiado foro de fidalgo. Mais tarde, a mesma munificência régia o aposentou no lugar de deputado da Junta da Bula, com o ordenado de 350$000 réis.

Seus dois sobrinhos foram igualmente beneficiários da régia generosidade. Quem quiser informações sobre bispados, da Metrópole ou do Ultramar, tem ao seu dispor Catálogos de Bispos, que nas poucas horas livres ainda pôde juntar ao farto legado que lhe devemos.

Mais pormenorizados informes sobre D. António Caetano de Sousa pode dá-los o seu biógrafo e correligionário D. Tomás Caetano do Bem nas Memórias históricas e cronológicas da sagrada religião dos Clérigos regulares em Portugal e suas conquistas da Índia Oriental.

  

Fonte:

Carlos Selvagem e Hernâni Cidade, Cultura Portuguesa, vol. 10, págs. 91-93

A ver também:

Historiografia
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